8 de Junho, 2011
O cavalo lusitano vai estar no centro de um congresso internacional
agendado para o início de Julho em Lisboa e que vai analisar temáticas
relacionadas com o passado, o presente e o futuro da raça.
O presidente da Associação do Puro Sangue Lusitano (APSL), Luís
Vinhas, disse à agência Lusa que este será o primeiro congresso
internacional dedicado à raça, contando com a participação das várias
associações de criadores espalhadas pelo mundo.
Segundo o responsável, a primeira parte do congresso será destinada à
apresentação de estudos sobre a origem da raça e a forma como se
expandiu pelo mundo, uma «arqueologia genética» que parte da análise
do ADN dos animais que estiveram na origem do lusitano, algures entre
os mares Cáspio e Negro.
Depois, serão debatidas questões relacionadas com os vários usos do
cavalo lusitano, desde o turismo, à tauromaquia, à equitação artística
e à 'dressage', culminando o congresso com perspectivas sobre o
futuro.
Ao congresso, que se realiza na Torre do Tombo, a 5 e 6 de Julho,
segue-se, de 7 a 10, o Festival Internacional do Cavalo Lusitano, que
regressa às instalações da Sociedade Hípica Portuguesa, disse o
presidente da APSL.
Luís Vinhas referiu o enorme potencial de uma raça que começa a marcar
presença um pouco por todo o mundo, sobretudo pelas suas
características para o ensino.
A direcção a que preside desde Março vai dar continuidade ao projecto
de aliar o cavalo puro sangue lusitano a outros produtos de excelência
nacionais, igualmente exportadores, como a cortiça, o vinho e o
azeite.
O anterior presidente da APSL, Manuel Campilho, disse que o objectivo
deste projecto é «levar a conhecer o cavalo lusitano ao mundo»,
acreditando que «uma promoção em conjunto, programada e pensada»
permitirá, no futuro, a associação de outros produtos de excelência do
mundo rural português.
Agora a tomar conta da pasta, Luís Vinhas não esconde o entusiasmo
pelo «trabalho fascinante» que tem pela frente, nomeadamente, pelo
potencial que o cavalo lusitano apresenta no mercado externo,
sobretudo nos países emergentes, mas também na Europa.
«Há quatro milhões de cavalos praticantes na Alemanha. Muitas crianças
terão apetência para cavalos mais dóceis, mais rústicos, mais baratos
de manter», exemplificou, referindo ainda a vontade chegar a mercados
como a Rússia, para onde criadores franceses do lusitano já exportam,
ou a China.
A inscrição da equitação de trabalho (modalidade em que Portugal é
campeão do mundo) na Federação Equestre Internacional é outra pasta
que Luís Vinhas herda e que abre caminho à entrada nos Jogos
Olímpicos.
Apesar de o mercado interno não atravessar o melhor momento, o
representante tem esperança de que acabe por ser "puxado" pelo
crescimento que já se está a registar noutros países, nomeadamente
europeus.
Segundo o responsável, o número de criadores inscritos na associação
tem vindo a crescer, sendo actualmente de 456.
Com um efectivo total de duas mil éguas produtoras em todo o mundo
(cerca de mil em Portugal, 600 no Brasil, 200 em França e as restantes
no México, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Itália, Canadá e Estados
Unidos da América), existem 17 associações de criadores do puro sangue
lusitano.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=21323
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