SEM MECANIZAÇÃO
03 Junho 2011
Proprietário do Vale da Rosa, António Silvestre Ferreira diz que
produzir uvas sem grainha obriga a um investimento "substancialmente
maior" do que nas variedades comuns. "Dão muito mais trabalho,
sobretudo quando o negócio é a qualidade do produto final."
Ao longo do ano, trabalham nas estufas, em média, 350 pessoas e no
período das vindimas, entre Junho e Novembro, são contratados mais 200
trabalhadores. Todos os cachos são vistos um por um e milhares de
bagos são cortados directamente para o chão.
"Um cacho só pode ter um
determinado número de bagos e cada planta não pode ter mais do que um
determinado número de cachos. Só assim se consegue exaltar a qualidade
da fruta."
O objectivo é que as uvas que chegam às prateleiras dos supermercados
sejam "mais atraentes, mais grossas e com mais cor". "A Sophia, por
exemplo, quer-se com 90 bagos. Durante o ano, temos centenas de
trabalhadores a contá-los e a eliminar o excesso. Tem de ser assim,
não há outro caminho. Costumamos dizer que é um trabalho de croché
feito apenas com uma tesoura."
Também, ao contrário da produção de uvas para vinho, aqui não é
possível mecanizar a vindima sem a perda de qualidade.
Além das uvas sem grainha, a empresa produz variedades mais
"tradicionais", como a Red Globe, Cardinal ou moscatel rosado, tendo
igualmente investido numa linha de embalagem própria e de tecnologias
de frio que permitem efectuar todas as operações de controlo e
embalamento a temperaturas muito baixas, para preservar a qualidade do
produto.
http://www.dn.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1868717
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