segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

AJADP: COMUNICADO

ASSOCIAÇÃO DE JOVENS AGRICULTORES DO DISTRITO DO PORTO
COMUNICADO
A AJADP tem acompanhado com preocupação a evolução da seca na região.
A situação da agro-pecuária ainda não é tão dramática como noutras
regiões do país porque os agricultores estão a utilizar as forragens
conservadas do ano anterior, mas a manterem-se as actuais condições
estará em causa em muitos terrenos a colheita de fenos na primavera e
do milho no Outono e consequentemente a alimentação das vacas
leiteiras no próximo ano.
Para além de reafirmarmos o pedido de ajuda urgente já apresentado por
inúmeras organizações de agricultores, sublinhamos os seguintes
pontos:
- Há muitos colegas com juros de crédito bonificado, por receber desde
Fevereiro de 2011, ou seja, há cerca de um ano!
- O pagamento da electricidade verde reportada a 2010, que costumava
ser paga até meio do ano seguinte, isto é, deveria ter sido paga até
meio de 2011. Não temos notícias deste prometido pagamento!
- Falta pagar 20% da ajuda RPU de 2011, que só está prevista para o
fim de Junho e a antecipação desse pagamento poderia ajudar os
agricultores em dificuldades por causa da seca.

Segundo o Instituto nacional de estatística, o Rendimento das
explorações agrícolas Nacionais, baixou 57% desde 1996 e a primeira
estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2011
regista um decréscimo de 10,7%, em termos reais, do Rendimento da
Atividade Agrícola, por unidade de trabalho. O Rendimento de Fatores
deverá diminuir 13,6%.
Na nossa opinião, o rendimento real das explorações de leite e carne
baixou bem mais do que a média nacional e foi compensado pelas
explorações de cereais. Estes valores são elucidativos da necessidade
de distribuir as ajudas de forma equilibrada e com base na produção e
promover preços mais justos para os nossos produtos.
Portugal perdeu cerca de 30% de área cultivada, desde 1968, segundo a
PORDATA. Os jovens agricultores querem permanecer no nosso país e
ajuda-lo a equilibrar a balança económica, mas precisamos de justiça
nas ajudas, das mesmas armas fiscais que outros congéneres europeus,
respeito e atenção dos políticos e sociedade em geral. Queremos
trabalhar, não deixar cair as nossas explorações familiares e não
depender de rendimentos mínimos ou outras ajudas sociais.
Esta falta de chuva está a trazer dificuldades económicas acrescidas
aos agricultores, não só na produção própria de alimentação para os
animais, mas a crescente especulação nas palhas, fenos, cereais e
outros produtos, está a agravar ainda mais o péssimo resultado
económico das explorações, especialmente nas pecuárias, ao mesmo tempo
que o preço da carne e o leite não evolui.
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/02/26.htm

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