quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Agricultores do Baixo Alentejo sentem-se discriminados

Publicado ontem às 20:29
Os 29 milhões de euros que a ministra da Agricultura anunciou hoje
para dinamizar os efeitos da seca são para obras que não incluem o
regadio do Alqueva.
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João Madeira, da Federação das Associações de Agricultores do Baixo
Alentejo, fala numa política com dois pesos e duas medidas
Luís Mira, da Confederação dos Agricultores de Portugal, esperava mais
da tutela tendo em conta os prejuízos que estão a sofrer neste momento
Com 75 por cento do território atingido pela seca, a ministra da
Agricultura, Assunção Cristas, prometeu, esta terça-feira, libertar 29
milhões de euros para projectos de regadio em várias zonas do país,
reconhecendo a ministra que muitos agricultores estão a viver
situações delicadas.

Contudo, ao que apurou a TSF junto do Governo, os 29 milhões de euros
destinam-se a obras hidroagrícolas que na melhor das hipóteses só
devem estar concluídas no final do primeiro semestre e outras depois
de 2013.
Contactado pela TSF, o Ministério da Agricultura fala por exemplo na
Cova da Beira, das obras dos blocos de rega da Fatela e Fundão, também
da conclusão da barragem de Veiros, em Estremoz e no Vale do Mondego.
Em declarações à TSF, João Madeira, da Federação das Associações de
Agricultores do Baixo Alentejo, disse estranhar a opção do executivo,
considerando que existem dois pesos e duas medidas no ministério de
Assunção Cristas.
«Num cenário, como o que é traçado pela ministra, em que não há
dinheiro no Proder a ponto de transferirmos o investimento em Alqueva
para fora do Prode, nós vemos com alguma surpresa e até alguma
estranheza que de repente apareça dinheiro para concluir regadio em
outras zonas do país», comentou João Madeira.
«Não temos, obviamente, nada contra a conclusão das obras de regadio,
o que vemos é que uma obra com a dimensão e importância estrutural,
tal como o Alqueva tem para o Alentejo, parece-me uma actuação com
dois pesos e duas medidas porque num cenário em que não há verbas, não
há verbas. Mas parece que afinal não é bem assim», referiu.
Por isso, João Madeira desafia a ministra da Agricultura a dizer que
plano tem para o regadio do Alqueva.
Também em declarações à TSF, Luís Mira, da Confederação dos
Agricultores de Portugal (CAP), disse que esperava mais da tutela
atendendo à situação dramática de muitos agricultores, face aos
prejuízos provocados pela seca.
«Não se fazem agora barragens para resolver a questão que temos neste
momento. São medidas estruturais de fundo que são importantes, mas há
aqui um outro problema que é o problema actual que as pessoas estão a
sofrer neste momento», frisou Luís Mira.
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=2332447&page=-1

1 comentário:

Anónimo disse...

são sempre os mesmos. têm rececebido fortunas á custa de pagamentos únicos e agora vem a seca.tenho pena sim daqueles que exploram 20 ou 30 hectares, trabalham vegetando e ninguém lhes acode.

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