sábado, 3 de março de 2012

Fevereiro com mais fogos do que Agosto do ano passado

1 de Março, 2012
O mês de Fevereiro registou mais fogos florestais do que os meses de
Agosto do ano passado, segundo o relatório provisório de incêndios
florestais de 2011 da Autoridade Florestal Nacional (AFN) e dados da
Protecção Civil.
O relatório da AFN, datado de 31 de Outubro de 2011, refere que em
Agosto deflagraram 3.982 incêndios florestais, enquanto a Autoridade
Nacional de Protecção Civil (ANPC) registou, em Fevereiro deste ano,
4.186 fogos, valor também muito próximo das ocorrências de Julho de
2011 (4.342).
Ao longo do último mês de Fevereiro ocorreram uma média de 144
incêndios por dia, de acordo com a ANPC.
Comparando ainda com os dados com 2011, nos dois primeiros meses deste
ano os incêndios florestais aumentaram sete vezes mais em relação ao
mesmo período de 2011.
Em Janeiro e Fevereiro deflagraram um total de 4.587, enquanto nos
mesmos meses do ano passado ocorreram 593.

Em declarações à agência Lusa, o adjunto de operações nacional da
Autoridade Nacional de Protecção Civil, Miguel Cruz, afirmou que o dia
24 de Fevereiro foi o que contabilizou mais incêndios desde o início
do ano, com 372 ocorrências registadas.
Miguel Cruz realçou o número de incêndios registados este ano,
sublinhando que «mesmo em 2005, que foi um ano atípico do ponto de
vista meteorológico e, portanto, mais propício a situações destas do
ponto de vista da facilidade de propagação dos incêndios, tivemos
apenas 3.617 fogos».
De acordo com os dados da ANPC, os distritos mais afectados pelos
incêndios este ano foram registados na região Norte.
«Foram registados 641 fogos em Viseu, 624 no Porto, 460 em Vila Real e
392 em Braga», adiantou.
Sobre a origem dos fogos e a sua ligação às condições climatéricas,
Miguel Cruz chamou a atenção para a necessidade de se desmistificar a
ideia de que quando está calor há incêndios.
«É obvio que havendo baixo valor de humidade e temperaturas acima da
média e não ocorrendo precipitação estão criadas as condições que
facilitam a ignição e a propagação de incêndio. Contudo, a ignição tem
de ter uma origem e essa origem em 88 por cento dos casos é humana e
está associada às práticas do mundo rural que se prendem com a
realização de queimas e queimadas», contou.
Na segunda-feira, o Ministério da Administração Interna (MAI) reforçou
os meios operacionais de combate aos incêndios florestais,
designadamente mais um meio aéreo e 82 bombeiros, devido às condições
meteorológicas propícias à propagação de fogo
O MAI também desbloqueou, na terça-feira, 382 mil euros para acudir às
100 corporações de bombeiros que têm estado sob maior pressão devido à
anormal de incêndios florestais desde o início deste ano.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=42947

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