segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Conservação dos ovos-moles é afinal um ovo de Colombo

27.02.2012 - 16:06 Por Maria José Santana
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Na mira dos produtores dos ovos moles estão já vários países europeus ()
Aquele que foi o primeiro produto de doçaria a ser certificado em
Portugal está agora em condições de dar mais um passo importante no
sentido da comercialização internacional.
Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Aveiro (UA)
acaba de confirmar que os ovos-moles podem ser congelados, sem
perderem as suas qualidades. Quando ultracongelado a 40 graus
negativos, o doce conventual aveirense "mantém o sabor inicial e não é
nocivo para a saúde durante cerca de quatro meses", atestou a
investigação da UA.

Na prática, a conclusão a que chegou a equipa coordenada por Manuel
António Coimbra, do Departamento de Química daquela universidade,
permite alargar o mercado de comercialização dos ovos-moles.
Actualmente, os 15 dias de validade do produto limitam, e muito, a sua
exportação. Depois de ultrapassado o processo de validação da
congelação, os ovos-moles poderão, então, chegar ao mercado
internacional.
Na mira dos produtores deste doce tradicional estão já vários países
europeus, especialmente aqueles que têm comunidades portuguesas
representativas - como Suíça, Bélgica ou França -, e também o Brasil.
"Temos muitas solicitações de vários pontos da Europa para importar os
ovos-moles", revelou Francisco Silva, presidente da Associação de
Produtores de Ovos-Moles (APOMA), adiantando que, em breve, irão ser
iniciados os contactos internacionais para avançar com a exportação do
doce aveirense.
Apesar de o processo de congelação ainda depender da emissão de
despachos favoráveis, por parte do Ministério da Agricultura e da
União Europeia, a APOMA irá aproveitar a feira Alimentaria, um dos
principais certames do sector alimentar a nível europeu, para começar
a sondar o mercado externo. "Estaremos em Barcelona, no próximo mês de
Março, com a perspectiva de angariarmos já clientes internacionais",
assume o presidente da APOMA.
A associação de produtores ainda não dispõe de qualquer estimativa
relativa às potencialidades de crescimento do sector, com a expansão
para o mercado externo. Mas não tem dúvidas de que o futuro próximo
ficará marcado por uma expansão do sector, que actualmente emprega
cerca de 300 pessoas e envolve um total de 36 associados. "Certamente,
que a abertura para outros mercados implicará um aumento da produção
e, consequentemente, dos postos de trabalho", antecipou Francisco
Silva, a propósito das novas potencialidades comerciais da iguaria que
teve origem no Convento de Jesus, em Aveiro, e cujos ingredientes não
vão além da água, açúcar e gema de ovo.
O doce tradicional que, desde há dois anos, está imune de
falsificações - exibindo um selo de certificação que atesta a sua
qualidade - pode estar, assim, a um passo de se converter em mais um
produto nacional com vocação para a exportação.
http://www.publico.pt/Local/conservacao-dos-ovosmoles-e-afinal-um-ovo-de-colombo-1535526

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