segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Três quartos do país com problemas de seca

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27 de Fevereiro, 2012
A seca atinge 75 por cento território nacional mas os índices das
albufeiras, nesta época do ano, são semelhantes aos anos anteriores
com perto de dois terços da sua capacidade de armazenamento de água.
O Instituto Nacional da Água (Inag) e o Instituto de Meteorologia
diferem na análise do território nacional: «Tomando como base as
albufeiras de volume significativo, Portugal Continental tem cerca de
11 km3 de capacidade de armazenamento de água, da qual cerca de 70 por
cento se encontra preenchida», disse à Lusa Rui Rodrigues, do Sistema
de Nacional de informação de Recursos Hídricos (SNIRH).
Já segundo o Instituto de Meteorologia, a seca do território nacional
agravou-se nos últimos meses já que o inverno tem sido pouco chuvoso.
De acordo com o incide de seca meteorológica, 70 por cento do
território está em seca severa e cinco por cento em seca extrema. Uma
situação que se pode agravar as previsões para os próximos dias que
não indicam qualquer precipitação.

No entanto, para Rui Rodrigues, os valores de armazenamento das
albufeiras Valores «correspondem praticamente à média esperada em
Fevereiro, ainda que a sua distribuição espacial não seja uniforme»,
pelo que o volume de água armazenada «não configura, para já, uma
situação de seca».
Os dados recolhidos pelo SNIRH (organismo na dependência do Inag), em
relação ao armazenamento de água nas principais albufeiras do país,
apontam, no mês de Janeiro deste ano, para um aumento do volume [em
cinco bacias hidrográficas e uma descida em sete, comparativamente aos
volumes registados no mês anterior.
As bacias do Ave, no Norte do País, do Tejo, no Centro e do Sado e
Guadiana, no Sul, apresentam volumes de água considerados pelo SNIRH
«dento da média», enquanto que as do Mondego e Oeste, no Centro do
País, e do Mira e Barlavento Algarvio, no Sul, registam valores acima
da média.
«Abaixo da média está a generalidade dos armazenamentos no Norte do
país, ainda que essa situação de menor armazenamento já tenha ocorrido
mais quatro vezes nos últimos 10 anos», sustenta o mesmo responsável,
afastando hipotéticos cenários de problemas de abastecimento de água
às populações.
Já no que respeita à falta de água para aproveitamento agrícola, Rui
Rodrigues admite que «existem pequenas barragens que estão a abaixo
dos níveis de água desejados, ou mesmo vazias, devido à falta de
chuva», situação que tenderá a normalizar se verificar alguma
precipitação nos próximo tempos.
Ainda assim é no sul do país, na Bacia do Arade que se registam os
menores valores de armazenamento de água (32.2 por cento), situação
que «tenderá subir com a entrada em funcionamento da barragem de
Odelouca», a terceira do sistema que comporta ainda as barragens de
Funcho e Arade.
Os dados divulgados pelo SNIRH resultam da monitorização de 56
albufeiras, das quais 17 apresentam, segundo o mesmo organismo,
«disponibilidades hídricas superiores a 80 por cento do volume total»
e apenas quatro «têm disponibilidades inferiores a 40 por cento do
volume total».
Os armazenamentos de Janeiro de 2012, por bacia hidrográfica,
«apresentam-se inferiores às médias de armazenamento dos meses de
Janeiro de 1990/91 e de 2010/11», com excepção para as bacias do
Mondego, Ribeiras do Oeste, Sado, Mira e Ribeiras do Algarve, onde foi
registada uma subida.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=42523

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