04-04-2013 às 17:56
O diretor da agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), José
Graziano da Silva, afirmou hoje que a guerra contra a fome está "longe
de terminar", apesar de progressos relacionados com os Objetivos de
Desenvolvimento do Milénio (ODM).
"Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio empurraram-nos para a
frente, mas com 870 milhões de pessoas ainda vítimas da fome, a guerra
contra a insegurança alimentar está longe de terminar", disse Graziano
da Silva, numa reunião de alto nível sobre a agenda da ONU contra a
fome pós-2015, quando terminam os ODM.
A reunião de Madrid conta com a presença do secretário-geral das
Nações Unidas, Ban Ki-moon, que em junho passado, na Conferência Rio
+20 sobre Desenvolvimento Sustentável, lançou um programa global de
erradicação da fome, o 'Desafio Fome Zero'.
Para o responsável brasileiro, a melhor resposta contra a insegurança
alimentar é "um compromisso político a nível nacional", a par do
reforço das iniciativas regionais e da comunidade internacional de
doadores e de organizações internacionais.
"As medidas tomadas por um país ou empresa podem afetar a segurança
alimentar de terceiros e os conflitos podem levar à instabilidade nos
países e regiões vizinhas (...) os impactos sobre os recursos
ambientais e naturais não são apenas nacionais e é virtualmente
impossível regular os mercados e atividades apenas a nível nacional",
acrescentou.
O objetivo, segundo Graziano da Silva, é ter "sistemas alimentares
mais eficientes e equitativos", o que vai exigir grandes investimentos
públicos e privados nas áreas rurais.
Nestas áreas, afirmou, encontram-se mais de 70 por cento da população
com fome e onde milhões de pessoas dependem da agricultura para a sua
alimentação e emprego, incluindo 500 milhões de famílias rurais de
pequenos agricultores.
Diário Digital/Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=625167
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