sexta-feira, 12 de abril de 2013

Federação de regantes espanhola refere a intenção do ministério português como mau exemplo por transferir a gestão das associações de regantes para empresa pública

Gestão das Obras de Rega de Alqueva


O Presidente da Federação Espanhola de Comunidades de Regantes
(FENACORE), Andrés del Campo, numa Jornada realizada a 9 de Abril no
Colégio de Engenheiros sobre sustentabilidade económica, na qual
esteve o Ministro da Agricultura de Espanha, comentou como "um mau
exemplo e mostrou a sua preocupação pelo caso português, onde o
Ministério de Agricultura pretende transferir a gestão das obras de
rega das Associações de Regantes, dos agricultores, que se abastecem
da maior albufeira da Europa, Alqueva, a uma empresa pública, o que
supõe, não só encarecer desnecessariamente os custos de exploração dos
agricultores e, portanto, reduzir a sua competitividade, senão
desautorizar as Associações de Regantes, os agricultores, que têm
neste pais mais de 60 anos auto regulando-se e gerindo eficazmente os
recursos hídricos."

A Federação Espanhola refere ainda esta iniciativa como "um claro
passo atrás ao adoptar a tendência contrária aquela que já está a ser
seguida, não só na Europa, mas também ao nível mundial, sobre o
principio de co-responsabilidade entre a administração e os
utilizadores na gestão dos recursos hídricos, inspirando-se no modelo
de Associações de Regantes para alcançar uma melhor gestão da água
para rega". E acrescentou "confio em que nossos vizinhos reconsiderem
e não dêem um passo em falso que possa ir, e nunca melhor dito, em
contracorrente".

A FENACORE mostra-se assim solidária com a posição defendida pela
Federação Portuguesa - FENAREG - de continuidade da gestão de obras de
rega pelos agricultores, organizados em Associações de Regantes.

A intervenção do Presidente da Federação Espanhola surgiu num
comunicado em que pediu ao Governo Espanhol a extinção das empresas
públicas que actuam como intermediários na gestão das obras
hidráulicas, encarecendo desnecessariamente os custos de gestão da
água aos utilizadores. As empresas de capital público foram criadas
num determinado contexto e uma vez cumprido o objectivo para o qual
foram criadas devem ser extintas.

Coruche, 11 de Abril de 2013

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/04/11d.htm

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