09-04-2013
O portal do clima vai disponibilizar informação meteorológica e
apontar cenários futuros, com dados trabalhados para diferentes
sectores, de modo a ajudar a programação da actividade agrícola,
turística ou da construção, disse o presidente do IPMA.
A informação de alterações climáticas do novo portal, disponível a
partir de Setembro, será «multidisciplinar, clara, completa e simples
de compreender, corresponde ao melhor nível científico possível e é
gratuita», explicou Jorge Miranda à agência Lusa.
O presidente do Instituto do Mar e Atmosfera (IPMA) salientou que os
dados são transmitidos «com o máximo de franqueza possível para quem
faz investimentos ou tem de tomar decisões sobre a sua organização de
vida ou de empresa».
O projecto, apoiado pela Agência Portuguesa do Ambiente e que junta
quase todos os laboratórios de Estado, estará a funcionar, com dados
mais gerais, em Setembro, e com informação adaptada a cada sector, no
primeiro trimestre de 2014, segundo as previsões do director de
Meteorologia e Geofísica do IPMA, Pedro Viterbo.
O grupo de impactos sectoriais da mudança climática, com os
especialistas dos laboratórios de Estado das áreas da agricultura,
pescas ou saúde pública, terá a sua primeira reunião de trabalho esta
terça-feira.
«O IPMA vai pôr em cima da mesa toda a informação que tem em termos de
alterações climáticas, da forma mais detalhada», sobre os vários
elementos, da chuva ao vento e temperaturas, e tentar definir cenários
que são utilizados por cada sector, para programar a sua actividade,
disse à Lusa Pedro Viterbo.
Os técnicos vão fazer projecções para o futuro distante, para períodos
de 20 a 100 anos, acrescentou. Na agricultura, por exemplo, a maior
parte das actividades depende da meteorologia, da disponibilidade da
água nos solos, da ocorrência de precipitação nos momentos certos, do
número de horas de frio durante a noite ou do número de dias de sem
chuva.
Nas florestas, o clima interfere «essencialmente nas pragas e na
tolerância aos fogos, ou incidência dos incêndios», disse o
especialista.
Também no sector energético, a informação sobre o comportamento dos
rios é decisiva para a localização das barragens, e as condições
meteorológicas podem definir se os cabos de transmissão de energia são
aéreos ou enterrados em determinado local, como exemplificou o
presidente do IPMA.
«Vamos pôr num portal da internet toda a informação do passado e para
o futuro. No final de 2014, temos o estado desse ano em comparação com
os últimos 160 anos, e apontamos para características dos próximos
anos» com base em modelos matemáticos, mas «com um grau de incerteza
associada», resumiu Pedro Viterbo.
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia45108.aspx
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