PRÉMIO EUROPEU DO INVENTOR
por Lusa, texto publicado por Paula Mourato10 abril 20131 comentário
Um grupo de investigadores portugueses descobriu um tratamento para a
cortiça que aumenta o seu volume, utilizando micro-ondas, um método
amigo do ambiente finalista no Prémio Europeu do Inventor.
Helena Pereira, investigadora do Centro de Estudos Florestais do
Instituto Superior de Agronomia, da Universidade Técnica de Lisboa
coordenou o trabalho, desenvolvido em conjunto com a empresa Amorim.
A investigadora disse hoje à agência Lusa que esta inovação "é um
processo de tratamento utilizando micro-ondas para fazer basicamente
uma expansão da cortiça", depois da sua extração e da chegada à
fábrica.
O projeto, "exemplo de colaboração entre a universidade e as
empresas", está no grupo dos três finalistas do Prémio Europeu do
Inventor, um feito inédito entre portugueses que "já é uma grande
honra", salientou a cientista.
Os vencedores do Prémio serão anunciados pelo Instituto Europeu de
Patentes (EPO) numa cerimónia que terá lugar a 28 de maio, em
Amesterdão.
A equipa de cientistas descobriu que a cortiça, humedecida com água e
exposta a radiação de micro-ondas, pode expandir-se de 40% até 85% do
seu tamanho original.
"Normalmente a cortiça é granulada e é no granulado que é feito o
tratamento, antes do resto do processo para chegar ao produto final",
referiu Helena Pereira.
O tratamento "permite aumentar o volume da cortiça, ou seja, aumenta a
quantidade de matéria prima, o que tem como consequência a diminuição
do custo de produção", como "se tivesse pelo mesmo preço mais matéria
prima", salientou.
Por outro lado, a investigadora realçou tratar-se de um processo
"amigo do ambiente" pois não utiliza produtos químicos.
A equipa de cientistas portugueses foi nomeada para o Prémio Europeu
do Inventor de 2013 na categoria de "indústria".
A cortiça, obtida da casca do sobreiro que tem de crescer nove anos
para ser colhida, é usada em vários produtos incluindo rolhas para as
garrafas de vinho, solas de sapatos, malas, carteiras, pavimentos e
para isolamento.
http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=3157179&page=-1
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