sábado, 6 de abril de 2013

Abetarda | Ave do Ano 2013 A embaixadora de uma agricultura sustentável

Num ano em que a reforma da agricultura tem estado no centro das
atenções, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA)
escolheu a abetarda (Otis tarda) para Ave do Ano 2013. Esta espécie é
uma das mais belas aves que podem ser observadas nas planícies
alentejanas, contudo os desafios à sua sobrevivência têm vindo a
aumentar, sobretudo devido à intensificação da agricultura e à perda
de habitat e à colisão com linhas eléctricas.

O macho de abetarda, com os seus 16 quilos, é a maior ave da Europa,
mas o que torna esta espécie verdadeiramente peculiar é sobretudo a
sua característica "dança" de acasalamento. Os machos juntam-se nas
planícies alentejanas e exibem uma plumagem colorida e vistosa,
extremamente chamativa, que usam para impressionar as fêmeas. Muitos
aficionados da observação de aves visitam o nosso país para observar
este espectáculo único.

Na União Europeia as maiores populações de abetarda encontram-se em
Espanha e em Portugal. Aqui podem ser vistas nas planícies alentejanas
de Castro Verde, Cuba, Cabo Maior, Elvas e Mourão.

Em Portugal a abetarda é classificada como espécie "Em Perigo". As
suas principais ameaças estão relacionadas com a alteração do uso do
solo e agricultura intensiva, caça ilegal, colisão com linhas
eléctricas e cercas. A intensificação agrícola é particularmente grave
devido à substituição dos cultivos de sequeiro por regadio e culturas
permanentes.

A agricultura na Europa está numa encruzilhada. Há mais de 50 anos que
práticas agrícolas nocivas poluem o solo, água e ar, e são subsidiadas
e incentivadas pela União Europeia, enquanto a agricultura sustentável
é renegada para segundo plano. Uma verdadeira reforma da Política
Agrícola Comum (PAC) é determinante para a conservação não só da
abetarda, mas também de outras espécies ameaçadas que vivem neste tipo
de habitats. Necessitamos urgentemente de uma PAC que subsidie
práticas que respeitem a natureza e que promova o desenvolvimento
rural, e que tenha instrumentos que incentivem os agricultores a
produzir alimentos mais saudáveis e amigos do ambiente.

Fonte: SPEA

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/04/06.htm

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