ANA FERNANDES
02/04/2013 - 12:50
Auto-suficiência alimentar do país situa-se nos 81%, com grandes
disparidades. É excedentário em vinho mas depende do estrangeiro para
os cereais e oleaginosas.
Portugal é excedentário em vinho PAULO RICCA
Muito do que Portugal consome a nível alimentar é produzido no país.
No caso dos produtos agrícolas, que incluem vinho e azeite, os
portugueses conseguem garantir 83% das suas necessidades. Esse valor
desce para os 82% no caso dos produtos de pesca e para 79% no que diz
respeito aos produtos da indústria alimentar. Já nas bebidas (sem
vinho), a fasquia sobe para os 96%. O que significa que, em média, a
auto-suficiência alimentar situa-se nos 81%.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), que analisa os
dados para o período de 2006 a 2010, os produtos agrícolas onde
Portugal é praticamente independente do exterior são o azeite, as
hortícolas, os ovos e os frutos secos. No vinho é excedentário. A
maior dependência do estrangeiro surge nos cereais e oleaginosas.
Já no que diz respeito à indústria alimentar, os portugueses conseguem
garantir o seu abastecimento no caso dos frutos e hortícolas
transformados e é excedentário em conservas de peixe. Mas a indústria
da pesca é ainda escassa para a procura pois Portugal tem de importar
mais de metade do que consome no que toca a peixe congelado, seco e
salgado.
Outro sector com grande dependência do exterior é o dos cereais, que
representam, em valor, 42,4% das compras no estrangeiro de bens
agrícolas. "A produção nacional é pouco competitiva no sequeiro mas
tem margem de progressão no regadio, particularmente para a cultura do
milho. Relativamente às oleaginosas, a situação altamente deficitária
dificilmente será corrigida, dado que as condições edafo-climáticas
nacionais não são favoráveis à produção das principais oleaginosas
(soja e colza)", explica o INE
O valor médio anual da produção agrícola situou-se próximo dos 7000
milhões de euros entre 2006 e 2010 crescendo 1,2%, em média, por ano.
O azeite e o vinho valem praticamente um quarto do valor total da
produção, enquanto a pecuária vale outros 23,3%.
"As transacções dos produtos agrícolas entre 2006 e 2011
representaram, em média, 4,1% do valor global das importações e 3,2%
das exportações. O saldo da balança comercial deste tipo de produtos
apresentou um défice de 1,3 mil milhões de euros e uma taxa de
cobertura de 48,4%", adianta ainda o INE.
As trocas comerciais de produtos agrícolas fazem-se sobretudo com
países da UE. Os principais fornecedores são Espanha e França, os
mesmos mercados para o país exporta mais. Dos EUA e Canadá chegam ao
país essencialmente sementes de oleaginosas e cereais.
http://www.publico.pt/economia/noticia/portugal-e-independente-no-vinho-mas-muito-dependente-do-exterior-nos-cereais-1589864
Sem comentários:
Enviar um comentário