segunda-feira, 1 de abril de 2013

Crédito Agrícola vai ser reestruturado e algumas caixas fundidas

LUSA

31/03/2013 - 08:49

Presidente do banco cooperativo tenciona, durante o seu mandato de
três anos, dar início a um processo de reestruturação interna.

Em 2012, o banco obteve menos 21% de lucros do que no ano anterior
CATARINA OLVEIRA ALVES/ARQUIVO

O Crédito Agrícola vai avançar com um processo de reestruturação
interna, que implica o fecho por fusão de algumas caixas, disse à Lusa
o novo presidente do banco cooperativo.

Em entrevista à Lusa, Licínio Prata Pina, que tomou posse em Janeiro,
deu uma perspectiva do que pretende fazer no seu mandato de três anos
à frente do Grupo Crédito Agrícola (CA), a começar por um processo de
reestruturação interna do banco que é composto por 84 Caixas de
Crédito Agrícola e pela Caixa Central. Uma reestruturação que
implicará mesmo a fusão de algumas Caixas, adiantou.

"O que posso dizer é que Caixas com dificuldades económico-financeiras
são cinco e temos de tomar decisões que passarão pela fusão delas com
outras", disse Licínio Pina, sublinhando que para isso o grupo não
precisará de qualquer ajuda do Estado.

O responsável garantiu que a reorganização interna não implica
qualquer programa de saída de trabalhadores, mas admitiu que serão
feitos ajustamentos aos recursos humanos, eventualmente com propostas
de reformas antecipadas.

"A saída de pessoal não se tem verificado nem temos o objectivo de
prescindir de uma série de pessoas. O que acontece é que quando as
Caixas são fundidas é necessário criar estruturas funcionais em que
depois se acomodam as pessoas. Em todos aqueles que estão próximos da
reforma são propostas soluções que não prejudiquem as pessoas",
afirmou o presidente do Crédito Agrícola, que tomou posse em Janeiro.

O grupo Crédito Agrícola tem vindo a reduzir o número de caixas
espalhadas pelo país, que já foram mais de 100 e hoje são 84, estando
a correr no Banco de Portugal o processo para a fusão da Caixa de
Estarreja com a de Oliveira de Azeméis.

Paralelamente, Licínio Pina quer "fazer crescer" o Crédito Agrícola e
para isso, disse, o banco tem de conceder mais crédito baseando-se nos
níveis de "conforto" tanto em termos de capital (mais de 11% de rácio
'core tier 1' em 2012) como de liquidez (com um rácio de transformação
de depósitos em crédito de 82%).

Mas há um obstáculo a este objectivo: a recessão económica que
Portugal atravessa, admitiu o presidente do Crédito Agrícola.
"Precisávamos é que a economia crescesse. Se crescer temos condições
para financiar as empresas e particulares, apoiando-os nos seus
projectos de desenvolvimento e contribuindo para o crescimento do
país", referiu.

Sobre como conseguirá o sétimo maior banco português competir com os
designados 'grandes', tanto na captação de depósitos como de bons
projectos a quem concedem crédito, Licínio Pina referiu que o banco
está bem implantado nas zonas rurais, onde há uma elevada fidelização
dos clientes.

Já mais difícil é a captação de novos clientes "e especialmente
jovens", pelo que tem como objectivo apostar em novas tecnologias para
chegar a uma população mais jovem e urbana.

O grupo Crédito Agrícola é composto por 84 Caixas e pela Caixa
Central, que articula e coordena as várias instituições locais. Tem
400 mil associados e 700 balcões em todo o país. Ainda segundo dados
do próprio banco, tem uma quota de mercado de 5% nos depósitos e de 3%
no crédito.

O banco obteve lucros de 42 milhões de euros em 2012, menos 21% do que
no ano anterior.

http://www.publico.pt/economia/noticia/credito-agricola-vai-ser-reestruturado-e-algumas-caixas-fundidas-1589674

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