segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Agricultores de Coimbra querem mais fiscalização à qualidade do vinho importado

A Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO) reclamou da
ministra da Agricultura uma maior fiscalização à qualidade do vinho
importado, por entender que essa é uma forma de defender a produção e
a economia portuguesa.
"Não há fiscalização eficiente", referiu à agência Lusa o coordenador
da organização, Isménio Oliveira, salientando que uma boa fiscalização
à qualidade dos produtos importados é o que outros países fazem em
relação aos portugueses, também para defender as suas produções
nacionais.

Para o dirigente, esta é também uma forma de ajudar ao escoamento da
produção nacional de qualidade, que foi um dos problemas identificados
pela ADACO numa reunião realizada neste final de semana com
vitivinicultores de Cantanhede.
Nessa reunião, segundo Isménio Oliveira, foi reclamado da ministra da
Agricultura a adoção de "medidas de apoio aos produtores para que esta
atividade seja uma alavanca na retoma da economia agrícola e
nacional".
A ADACO, que em novembro fará chegar as suas reivindicações à ministra
Assunção Cristas, no âmbito de uma audiência à Confederação Nacional
da Agricultura (CNA), considerou que o Governo "não está a honrar os
compromissos" no que respeita aos apoios à reestruturação da vinha.
"No que toca ao programa Vitis – programa de apoio à reestruturação da
vinha (melhoramento de castas e substituição de vinhas velhas), os
produtores foram obrigados a fazer todos os investimentos contemplados
no programa até junho de 2011 e até agora na região ainda não foram
pagos os apoios respetivos", sublinhou a organização.
De acordo com a ADACO, em Cantanhede os agricultores queixam-se de
lhes terem pago este ano 20 cêntimos por quilograma de uvas, de uma
produção de "boa qualidade", e de estarem à espera "três, dois, ou um
ano" que as cooperativas paguem.
"São necessários outros preços na produção, até porque nos últimos dez
anos os fatores de produção (adubos, maquinaria, pesticidas,
herbicidas, etc.) aumentaram cerca de 35 por cento e os preços
agrícolas pagos na produção desceram 4 por cento", acrescentou.
A ADACO alertou o Governo de que o eventual aumento do IVA na
restauração, dos 13 para os 23 por cento, "seria mais uma machadada no
consumos dos vinhos portugueses", e um aumento de dificuldades, quer
para os produtores, quer para o sector cooperativo da produção de
vinho.
"Para sairmos da crise temos de aumentar, em quantidade e qualidade, a
nossa produção vitivinícola, que é hoje um dos sectores mais
reconhecidos a nível internacional. Para aumentarmos as exportações
temos de ter um Ministério da Agricultura que nos apoie e tome medidas
para podermos competir internacionalmente", concluiu a organização.
http://www.cnoticias.net/?p=50741

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