quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Azeite: Associação transmontana quer fazer do bagaço de azeitona mais um negócio para a fileira

03-11-2011




A Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro quer criar um novo negócio para os produtores na fileira do azeite fazendo dos resíduos da produção, como o bagaço de azeitona, uma mais-valia ambiental e económica.

Todos os anos são produzidas cerca de 50 mil toneladas de bagaço de azeitona que são encaminhadas para as quatro unidades extractivas existentes em Trás-os-Montes.

O problema, segundo disse à Lusa o presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD), António Branco, é que «a capacidade de armazenamento é pequena e, com o aumento previsto da produção, graças a novas plantações de olival, teme-se que as dificuldades se agravem no futuro».


A associação quer encontrar uma solução regional integrada e iniciou, em vila Flor, um conjunto de reuniões com os diferentes agentes do sector para discutirem um novo modelo de gestão e valorização dos resíduos.

A proposta da AOTAD é criar um agrupamento empresarial que junte extractores, produtores e organismos privados e públicos que faça a gestão e transporte do bagaço e em que cada produtor tenha também a sua quota de acordo com aquilo que produz. Para António Branco, a solução depende mais «de boa vontade e envolvimento do que de dinheiro».

«Ainda no ano passado tivemos dias de paragem ao nível dessas extractoras porque não existia capacidade de processamento desses bagaços e, neste momento elas são muito pressionadas do ponto de vista ambiental, o que implica que as quantidades tratadas são reduzidas e a capacidade de armazenagem também é mais pequena», disse.

Num ano de plena produção, o dirigente teme «o risco de dificuldades em termos regionais para o tratamento de todos os bagaços», realçando que o bagaço de azeitona «é um subproduto bastante importante, pois produz azeite refinado, azeite derretido e biomassa importante do ponto de vista calórico, já que as bagas podem ser utilizadas pelos próprios lagares e outras unidades para produção de energia». «Toda a fileira associada é um bom negócio, se puder ser bem gerido será um melhor negócio para todos», considerou.

A campanha deste ano começou há cerca de um mês e, apesar de registar «alguma redução da produção devido ao período de seca bastante elevado», o sector conta com «uma campanha equilibrada, regular» e aponta para as 80 a 90 milhões de toneladas.

A região transmontana é das maiores produtoras de azeite do país, com 80 mil hectares de olival distribuídos por 36 mil olivicultores. A transformação da azeitona em azeite é feita nos 128 lagares espalhados por toda a região que nos últimos anos «fizeram uma transformação tecnológica que deu origem a unidades modernas».

O investimento contribuiu também para melhorar os efluentes ou as chamadas águas russas, que durante anos foram sinónimo de poluição. «Posso garantir que não há lagares a poluir em Trás-os-Montes, não existe nenhum problema ambiental associado à fileira do azeite», afirmou.

Fonte: Lusa

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia42367.aspx

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