PROFORBIOMED está a ser desenvolvido em Portugal pelo Instituto
Superior Dom Afonso III
2011-10-27
Por Luísa Marinho
Inês Marques Duarte
Aproveitar os subprodutos das florestas para a produção de energia é o
objectivo do projecto PROFORBIOMED, que está a ser desenvolvido em
Portugal e em mais cinco países mediterrânicos (Espanha, França,
Itália, Grécia e Eslovénia).
Em conversa com o «Ciência Hoje», Inês Marques Duarte, do Centro de
Investigação em Ciências do Ambiente e Empresariais (CICAE), do
Instituto Superior Dom Afonso III (INUAF), em Loulé, explica que esta
instituição foi convidada a participar no projecto europeu a par da
ALGAR - Valorização e Tratamento de resíduos sólidos, SA e da
Autoridade Florestal Nacional.
A "biomassa florestal é utilizada em vários países para a produção de
energia, mas isso não acontece cá". Este projecto visa aproveitar
esses recursos desperdiçados. "Quando se fazem limpezas de mato ou
tratamento de árvores, os subprodutos dessas acções não são
utilizados. Mas podem traduzir-se em energia eléctrica".
Este processo teria várias vantagens a nível económico: "os
proprietários florestais poderiam ter lucro de uma actividade que
normalmente só dá despesas" (como a limpeza da floresta). A
investigadora acredita que o projecto poderá promover também a
dinamização dos espaços rurais, com a criação de emprego.
Seis grupos de trabalho
O PROFORBIOMED arrancou em Março passado, tendo sido criados seis
grupos de trabalho. Um faz a gestão e a coordenação geral do projecto,
outro divulga os resultados através de conferências ou publicações. Um
terceiro grupo ocupa-se de tentar identificar os constrangimentos
legais, económicos e sociais que possam estar na origem do não
aproveitamento da biomassa florestal.
O estudo do potencial da biomassa (como a medição calorífica ou a
aplicação na indústria farmacêutica ou na perfumaria) é o objectivo de
outro dos grupos. Importante será também a implementação de uma
estratégia a nível local, bem como a implementação de redes de energia
inteligentes.
Estas smart-grids, explica Inês Duarte, pretendem revolucionar a forma
de produção e consumo de energia. "Pretende-se aproximar as horas de
produção às de consumo e aproximar também a fonte geradora de energia
do consumidor".
O programa, a implantar apenas no Algarve e no Alentejo, será
desenvolvido ao longo de três anos.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=51614&op=all
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