O temporal que abalou segunda-feira a região de Faro destruiu pelo
menos 10 por cento das estufas de todo o Algarve, garantiu hoje uma
dirigente associativa de agricultores, que estimou em 10 a 12 hectares
a área afectada.
"Pessoalmente tenho conhecimento de oito hectares destruídos, mas
outras indicações que tenho apontam para um mínimo de 10 e um máximo
de 12 hectares, num total de 100 hectares de estufas em todo o
Algarve", precisou Ana Lopes, presidente da Associação de Agricultores
do Concelho de Faro e Concelhos Limítrofes.
Escusando-se a quantificar os prejuízos, por falta de dados, a
dirigente garantiu que pelo menos 10 agricultores foram afectados,
numa zona que vai das estufas existentes junto ao Alto de Santo
António, na cidade de Faro, até à Via do Infante.
A agricultora descreve o fenómeno meteorológico da madrugada de
segunda-feira como "um risco que destruiu tudo o que encontrou, que
começou no Alto de Santo António e foi avançando pela Penha e Rio
Seco, acabando a vários quilómetros na via do Infante".
As estufas em causa produziam vários tipos de frutos, legumes e
leguminosas, como melão, tomate e feijão verde.
Ana Lopes lamenta que os seguros de colheitas não abranjam as
estruturas das estufas e sublinhou que os agricultores "não sabem se
vão ser ressarcidos dos prejuízos".
"Continua a haver seguro apenas para as colheitas, o que não se
justifica. A estrutura é um complemento da cultura", disse, recordando
que "quando apareceu o seguro de colheitas abrangia também as
estruturas".
Essa anexação deixou de acontecer nos anos 90, disse, "quando houve um
temporal na zona de Odemira que provocou muitos estragos, as
seguradoras tiveram muitos prejuízos e o Estado fez-lhes a vontade e
separou a colheita da estrutura".
O director regional da Agricultura e Pescas do Algarve, Castelão
Rodrigues, está esta manhã a avaliar os prejuízos causados pelo mau
tempo e remeteu para a tarde um balanço dos estragos.
O temporal da madrugada de segunda-feira provocou 16 feridos, dois dos
quais em estado grave e destruiu parcialmente o edifício principal do
aeroporto de Faro, levando ao fecho da zona de chegadas.
Fonte: Lusa
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2011/10/26c.htm
Sem comentários:
Enviar um comentário