CRISE
29 | 11 | 2011 11.32H
Num momento de crise como o actual, as compras de supermercado são
inevitavelmente afectadas. No entanto, isso não quer dizer que seja
obrigatório optar por alimentos de menor qualidade ou fazer grandes
cortes. O importante é encontrar uma estratégia de compras mais eficaz
e preferir formas de cozinhar mais económicas.
Mas vamos por partes. No que respeita à hora de ir ao hipermercado, o
ideal é preparar uma lista com os produtos que realmente precisa, «de
preferência elaborada tendo em conta as categorias dos produtos, por
exemplo: mercearia, bebidas, frescos e congelados», para evitar passar
várias vezes no mesmo corredor. Segundo a nutricionista Joana Santos,
é também importante não fazer compras com fome para não levar
«produtos menos saudáveis» e que engordam, «ricos em açúcares ou sal e
gorduras». Não deve esquecer que «com fome somos menos selectivos!»
Ainda na fase das compras há a saber que «as marcas brancas são uma
boa opção para quem quer poupar di-nheiro». Segundo a especialista,
«actualmente, as marcas brancas apresentam-nos produtos com qualidade
próxima às grandes marcas mas a um preço bem mais apetecível». No
entanto, fica um conselho, esteja sempre atento aos rótulos dos
produtos.
Pequeno-almoço caseiro
Tendo em conta que o pequeno-almoço é a refeição mais importante do
dia, não deve esquecer que esta é sempre mais saudável e económica se
for tomada em casa. Na prática, um pequeno-almoço com um pão com
queijo, um copo de leite com café e um sumo natural, que custa perto
de quatro euros numa pastelaria, fica em «menos de metade» se for em
casa, acrescenta ao Destak a nutricionista Joana Santos.
Para além disso, a qualidade é melhor no lar, pois na pastelaria há
tendência para «fazer escolhas menos acertadas, onde comemos grande
quantidade de calorias mas sem grande conteúdo nutricional». «E o pior
é que em pouco tempo estamos com fome novamente!»
O que fazer com as sobras?
A resposta a esta questão é simples: aproveitá-las! Fazer uma sandwich
de carne assada, uma salada de frango estufado desfiado ou uma quiche
de bacalhau são boas soluções.
Já para aqueles que vivem sozinhos, há que fugir das refeições
pré-confeccionadas a todo o custo. O ideal é cozinhar em maior
quantidade e guardar no frigorífico ou no congelador, ou seja, fazer
os seus próprios pratos pré-confeccionados, mas com menos gorduras e
sal e sem conservantes.
Técnicas para cozinhar
No que respeita às técnicas de culinária, saiba que as mais saudáveis
são as que utilizam menores quantidades de gordura adicionada e de
preferência que seja azeite, ou seja, «cozidos, grelhados, estufados e
salteados (por ordem crescente de teor de gordura)». No extremo oposto
ficam os fritos e os assados.
Há ainda a saber que deve ter sempre em casa fruta e legumes, por
serem fontes de vitaminas e minerais que nos protegem de algumas
doenças; fontes de proteína vegetal (leguminosas) e/ou animal (carne
ou peixe), que são importantes para o desenvolvimento e manutenção da
massa muscular e, portanto, para o crescimento das crianças; e ainda
arroz, massa e pão, fontes primárias de energia e imprescindíveis para
o raciocínio e para as actividades do dia-a-dia.
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Festas com muito sabor e com saúde
É possível, defende a nutricionista Maria Paes de Vasconcelos, fazer
um Natal saudável. Embora, reforça, «nem sempre apeteça: se ficar tudo
igual, como é que sabemos que é festa?» Embora deixe ao critério de
cada um como passar passar estes dias, deixar de participar não é o
caminho. Em vez disso, «basta apenas controlar as doses que ingere.
Até porque, acrescenta, «a regra de ouro da alimentação é a
moderação».
Para quem costuma perder a conta ao que deve entrar no prato, o «ideal
é conseguir, no final da refeição, não se sentir cheio ou
maldisposto». Quanto às doses, essas «são muito variáveis», explica a
especialista, dependendo do «sexo, tamanho, actividade e fase do
crescimento». E deixa a sugestão para evitar exageros: «levantar a
mesa entre refeições, assim, em vez de petiscar durante a tarde, só se
come os doces nos finais das refeições principais».
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Natal é época da família, não da comida
Comer e beber para esquecer pode vir a ser, em alguns lares, a máxima
este Natal. Mas não é isso que defende a nutricionista Maria Paes
Vasconcelos. «Penso que os portugueses são um povo moderado, com bom
senso, que sabem que estes tempos mais difíceis que se adivinham vão
servir para melhorar a qualidade de vida futura», revela ao Destak. Em
vez disso, acredita que «a crise só vai acentuar que o Natal é uma
festa de família, onde por acaso há por lá comida e bebida, e não o
inverso…»
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Snacks mais saudáveis e coloridos para crianças
Se é difícil para os adultos contrariarem as tentações alimentares,
sobretudo entre as refeições principais (snacks e lanches), e optarem
por refeições mais saudáveis, imagine-se para as crianças e jovens. De
acordo com a nutricionista Joana Santos, é essencial atrair os mais
pequenos com pratos originais, coloridos e atractivos. O saudável não
precisa de ser insonso ou 'cinzento', pode perfeitamente ser uma
gelatina colorida com frutas e formas do Mickey ou um bolo de
alfarroba, que as crianças «pensarão que é um bolo de chocolate cinco
estrelas».
«Use a sua imaginação, mas não se esqueça que é muito importante dar a
entender o que lhes faz bem e o que deve ser comido com moderação!» A
especialista acrescenta que é muito importante, «de uma forma lúdica»,
organizar com os seus filhos «uma tarde na cozinha a fazer um bolo,
biscoitos ou porque não uma salada?» Não se esqueça que os mais
pequenos adoram participar.
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José Alexandre | Comer bem, sem sair do trabalho
Carla Marina Mendes | cmendes@destak.pt
'Pronto a Comer - Refeições caseiras para levar para o trabalho' é o
que promete o livro escrito a pensar também na crise. Ao Destak, o
chef revela que são cada vez mais os adeptos da marmita.
O que é que o levou a escrever um livro com receitas para levar para o
trabalho? A crise?Sim, o livro foi pensado nisso e tive a preocupação,
ao mesmo tempo, de escolher receitas muito simples onde, com os mesmos
ingredientes, as pessoas podem desmultiplicar e fazer coisas
diferentes. O que aconteceu foi que eu tenho um programa no Porto
Canal e vieram ter comigo para fazer um livro de chefs. Mas como isso
exigia muita técnica e eu sou mais um cozinheiro de abrir o
frigorífico e trabalhar com o que lá está, pensei em fazer uma coisa
diferente. Surgiu então a possibilidade de fazer um livro com receitas
para levar para o trabalho, o que achei uma óptima ideia, e decidimos
avançar.
Acha que as pessoas estão receptivas a este conceito, de levar o
almoço para o emprego?Na altura em que surgiu a ideia, liguei a alguns
amigos e perguntei-lhes o que achavam. E eles disseram: levar a
marmita, nem pensar. Mas o que eu vejo é que é uma questão de
mentalidade e que a maioria dos jovens até aos 30 anos já o faz sem
problemas.
É possível conciliar o económico com o saudável?Sim, é possível. É
tudo uma questão de bom senso e ainda de vontade, porque já se podem
encontrar frescos a um preço razoável com os quais se pode fazer uma
salada simples, rápida e nutritiva. Mas atenção que o tema base do
livro não é a cozinha saudável. Houve preocupação com isso, tanto que
não existe nenhuma receita com fritos. Mas para mim o saudável é
variar e tentar evitar sempre os mesmos processos de confecção.
A falta de tempo tem sido argumento usado por muitos para evitar a
cozinha. Justifica-se?Não, isso é um conceito ultrapassado. Hoje já se
pode fazer tudo no forno, sem necessidade de ligar o fogão ou o
grelhador. E há receitas rápidas e fáceis. Por exemplo, pode fazer um
molho, congelá-lo nas cuvetes do gelo e depois de chegar a casa do
trabalho, retirar uns cubinhos, cozer uma massa, o que não leva mais
de sete minutos e juntar ao molho. E pronto, tem uma refeição
saborosa, simples e rápida.
Patrícia Susano Ferreira | pferreira@destak.pt
http://www.destak.pt/artigo/111522-alimentacao-economica-mas-saudavel
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