terça-feira, 29 de novembro de 2011

OIV recomenda utilização da rolha de cortiça nas novas normas ambientais dirigidas ao sector vitivinícola

A OIV - "Office Internacionale de la Vigne et du Vin" - lançou,
recentemente, novas normas ambientais para o sector vitivinícola. As
normas consistem num protocolo universal – General Principles of the
OIV Greenhouse Gas Accounting Protocol for the Vine and Wine Sector -
que recomenda a utilização da rolha de cortiça enquanto produto
sustentável.
O protocolo consiste em duas vertentes: "Enterprise Protocol" e
"Product Protocol". As vertentes, respectivamente, permitem às
empresas poderem avaliar as suas emissões de carbono através de um
sistema de cálculo e oferecem um guia de análise do Ciclo de Vida do
Produto no qual a rolha de cortiça possui um papel preponderante.
A OIV refere que as "rolhas de cortiça representam uma especificidade
do sector vinícola e a sua utilização tem um impacto importante na

conservação sustentável da floresta. Devido a este papel importante, o
balanço da emissão de carbono da rolha pode ser tido em conta... ".
Além disso, reconhece-se que "Aquando a contabilização das emissões
dos gases efeito estufa relacionados com a rolha de cortiça natural, o
sistema de produção deve ser considerado de forma holística." Isto
significa que não deve ser contabilizado apenas o carbono retido pelo
produto (rolha), mas também o sumidouro de carbono do montado de
sobro.
Segundo um estudo publicado pelo Instituto Superior de Agronomia
(ISA), de Lisboa, o montado pode fixar cerca de 6 toneladas de CO2 por
hectare e ano, o que corresponde, no caso de Portugal a mais de 4
milhões de toneladas de CO2 por ano. Em consequência, é possível
concluir que as florestas de sobro do Mediterrâneo (2,2 milhões de
hectares) possibilitam a retenção de quase 14 milhões de toneladas de
CO2, por ano.
Às medidas tomadas pela OIV, Joaquim Lima, director da APCOR refere
que "a sustentabilidade e a redução do impacto ambiental estão na
ordem do dia e, com isto, não podemos minimizar a importância de tal
reconhecimento de uma organização mundial que rege o comércio de
vinho. A rolha de cortiça é a única opção de vedante para os
produtores de vinho, distribuidores e retalhistas que pretendem
minimizar a pegada de carbono e adoptar as melhores práticas em
relação ao desempenho ambiental."
Os benefícios, em termos ambientais, das rolhas de cortiça em relação
aos vedantes alternativos também são evidenciados numa análise sobre o
Ciclo de Vida do Produto realizada pela PriceWaterHouseCoopers /
Ecobilani, em 2008, sobre o ciclo de vida das rolhas de cortiça versus
cápsulas de alumínio e vedantes de plástico.
No que diz respeito à emissão de gases com efeito de estufa, o estudo
revela que cada vedante de plástico emite 10 vezes mais CO2 que uma
rolha de plástico e as emissões de CO2 da cápsula de alumínio são 24
vezes superiores às da rolha de cortiça.
O estudo concluiu que, ao longo de um período de 100 anos, a emissão
de CO2 durante o ciclo de vida de 1000 rolhas (isto é, produção,
transporte, embalamento e fim de vida) ascende a 1.533 g de CO2
equivalente (CO2e), enquanto que o valor relativo a 1000 vedantes
sintéticos é de 14.833 g de CO2e e em relação a 1000 screwcaps é de
37.172 g de CO2.
Este estudo englobou a análise de sete indicadores-chave ambientais,
a saber: a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa; o consumo
de energias não renováveis; o consumo de água; o contributo para a
acidificação da atmosfera; o contributo para a deterioração da camada
de ozono; o contributo para a eutrofização e a produção de
desperdícios sólidos.
As rolhas de cortiça classificaram-se como a melhor alternativa em
seis dos referidos indicadores e surgem em segundo lugar, a seguir aos
vedantes de alumínio, no que diz respeito ao consumo de água.
O estudo da PricewaterhouseCoopers, elaborado nos termos das normas
ISO 14040 e 14044, foi sujeito a uma revisão minuciosa realizada por
três entidades independentes, incluindo um perito em análises de
ciclos de vida.
Fonte: apcor
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2011/11/29g.htm

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