quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Temperaturas em 2011 acima da média apesar de La Niña

29.11.2011
Ricardo Garcia
Os termómetros em 2011 têm estado acima da média, a nível global,
apesar da existência de condições atmosféricas que poderiam ter feito
de 2011 um ano mais frio. Segundo a Organização Meteorológica Mundial,
os dados até agora disponíveis situam 2011 como o décimo ano mais
quente da Terra desde há um século e meio, quando iniciaram as
medições fiáveis com termómetros. Os 15 anos mais quentes situam-se
todos entre 1997 e 2011.
Em termos concretos, os termómetros estão 0,41ºC acima da média de
1961-1990. O clima na Terra esteve sob a influência do fenómeno La
Niña, particularmente intenso. Em oposição ao El Niño, os anos de La
Niña são normalmente mais frios do que o anterior e o subsequente. "As
temperatura globais de 2011 seguiram este padrão, ficando abaixo das
de 2010, mas ainda assim mais quentes do que os mais recentes anos de
La Niña moderada ou forte: 2008 (+0,36ºC), 2000 (+0,27ºC) e 1989

(+0,12ºC)", diz a Organização Meteorológica Mundial, num comunicado.
Apesar da média global mais elevada, as temperaturas variaram entre
extremos opostos em diferentes regiões. Os termómetros estiveram
significativamente acima da média na Rússia e em parte da Europa, no
centro e norte de África, no sul dos Estados Unidos e norte do México,
no Canadá e na Gronelândia. Mas foi um frio anómalo o que dominou a
Austrália, parte da América do Norte e algumas zonas da China e
Coreia.
"A nossa ciência é sólida e prova inequivocamente que o mundo está a
aquecer e que este aquecimento deve-se às actividades humanas", disse
o vice-secretário-geral da Organização Meteorológica Mundil, Jerry
Lengoasa, numa conferência de imprensa hoje em Durban, palco da 17ª
conferência da ONU para as alterações climáticas.
A reunião de Durban discutirá, até ao dia 9 de Dezembro, o eventual
prolongamento do Protocolo de Quioto, que obriga os países
desenvolvidos a reduzirem as suas emissões de CO2 apenas até 2012.
Estados Unidos, Canadá, Rússia e Japão não têm, no entanto, interesse
em Quioto.
Um possível roteiro para um acordo mais global, envolvendo todos os
grandes poluidores, poderá ser um dos resultados de Durban. Mas o
prazo para a conclusão deste acordo esteja será um ponto difícil a
resolver, com alguns países a exigirem um novo tratado já em 2015 e
outros a preferirem estender as discussões até 2020.
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