segunda-feira, 28 de Novembro de 2011 | 12:50
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A rápida expansão populacional, as alterações climáticas e a degradação dos recursos hídricos e fundiários devem tornar o mundo mais vulnerável à insegurança alimentar, com o risco de não ser possível alimentar toda a população até 2050, disse a FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura) esta segunda-feira.
Nas próximas quatro décadas a população mundial deve saltar de 7 para 9 mil milhões de pessoas, e para alimentá-las seria preciso uma produção adicional de mil milhões de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne por ano. A introdução da agricultura intensiva nas últimas décadas ajudou a alimentar milhões de famintos, mas muitas vezes levou à degradação da terra e dos produtos hídricos, segundo a FAO. «Esses sistemas em risco podem simplesmente não ser capazes de contribuir conforme o esperado para atender à procura humana até 2050», disse o director-geral da FAO, Jacques Diouf.
«As consequências em termos de fome e pobreza são inaceitáveis. Acções paliativas precisam de ser tomadas agora.» Segundo o relatório, intitulado Estado dos Recursos Hídricos e Fundiários do Mundo para a Alimentação e a Agricultura, um quarto das terras aráveis do mundo está altamente degradada, 8 por cento está moderadamente degradada e 36 por cento ligeiramente degradada ou estável, e apenas 10 por cento está a melhorar. A escassez de água também tem vindo a agravar, devido a problemas de salinização e poluição dos lençóis freáticos e de degradação de rios, lagos e outros ecossistemas hídricos. O uso da terra para fins industriais e urbanos também agrava o problema alimentar mundial. De acordo com a FAO, cerca de mil milhões de pessoas estão actualmente desnutridas, sendo 578 milhões na Ásia e 239 milhões na África Subsaariana. Nos países em desenvolvimento, mesmo que a produção agrícola dobre até 2050, 5 por cento da população continuaria desnutrida, ou cerca de 370 milhões. Para que a fome e a insegurança alimentar recuem, a produção de alimentos precisaria de crescer para um nível superior ao da população. Isso, acrescenta o relatório, teria de ocorrer principalmente nas áreas já utilizadas para a agricultura, com um uso mais intensivo e sustentável da terra e da água.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=544802
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