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A revista norte-americana "Wired" elegeu quatro peças de mobiliário de
cortiça da marca portuguesa Corque entre os produtos mais inovadores
do ano, que estão expostos numa loja temporária em plena Times Square,
Nova Iorque.
foto CORQUE
Os quatro produtos da Corque - uma mesa, duas cadeiras e um conjunto
de bancos em cortiça - estão entre os 15 do ano dentro da categoria de
"Eco e Eficiência", também disponíveis para venda através do site da
revista de referência norte-americana, e para a fundadora da Corque,
Ana Mestre, dá "enorme visibilidade em termos de consumidor final" nos
Estados Unidos.
"A Wired é muito conhecida pela componente tecnológica, de inovação
relacionada com a tecnologia, mas é interessante porque na pesquisa
destes produtos, que quiseram nomear como produtos do ano, não
descuraram a componente da sustentabilidade", disse à Lusa a designer
e empresária portuguesa de 33 anos, que esteve em Nova Iorque a
preparar a exposição das peças de mobiliário.
"Penso que viram na Corque essa ligação entre processos tecnológicos
que existem - e que olhando para as peças eventualmente passam
despercebidos - integrado com a componente de sustentabilidade que tem
a cortiça", adiantou.
As quatro peças da microempresa portuguesa, que tem produtos no
catálogo das lojas do Museum of Modern Art de Nova Iorque, foram
apresentadas em Maio na semana de design da cidade, juntamente com a
restante colecção da Corque, de onde surgiu o contacto com a revista
"Wired".
Os preços variam entre os 345 dólares do conjunto de bancos
encastráveis "Lagarta", com design da própria Ana Mestre em
colaboração com Inês Pereira, e os 1.450 dólares para cada uma das
mesas, uma desenhada por Pedro Silva Dias e outra por Toni Grilo.
A empresária, que criou a Corque a partir do estúdio e consultoria em
design sustentável Susdesign, baseado em Lisboa, já prepara uma nova
colecção e a presença na Semana de Design de Nova Iorque do próximo
ano.
Considerou que o mercado dos Estados Unidos é central na estratégia de
afirmação da marca nos próximos cinco anos.
"A partir da Semana do Design começamos a ter uma série de contactos
de distribuidores e do consumidor final. Fomos aumentando as vendas
lentamente e sustentavelmente", disse.
Um dos nossos primeiros agentes comerciais da Corque no estrangeiro
foi um norte-americano e a recetividade dos produtos levou a empresa a
apostar numa estratégia "mais autónoma", apostando agora em parcerias
com mais agentes e lojas de design.
A exposição em Times Square, em que os consumidores podem usar
livremente os produtos, prolonga-se até 23 de Dezembro, e dada a
grande afluência àquela zona da cidade, estima-se que cerca de 50 mil
pessoas visitarão a loja diariamente.
O mobiliário da Corque figura na zona de "lounge" na "pop-up store" de
dois andares, onde estão patentes outras inovações como detetores de
movimento para jogos de computador, um "casulo" com sistema de som e
vídeo de alta definição para uma pessoa ou um robô para fazer a
limpeza da casa.
A empresa portuguesa está também presente em Itália, Finlândia,
Inglaterra e Japão, além de Portugal.
A estratégia passa por consolidar a presença nos mercados existentes,
mas também por uma aposta nos países escandinavos.
"Da nossa experiência, vale mesmo a pena apostar nos mercados
internacionais. Mas é preciso um esforço acrescido em equipas que são
pequenas, como é o caso da nossa", afirmou Ana Mestre.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Tecnologia/Interior.aspx?content_id=2164860&page=-1
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