NOVEMBRO - MÊS DA ALIMENTAÇÃO
por Sónia SimõesHoje
A empresa GL que trouxe as refeições prontas para o mercado português
fez uma parceria com a Frubaça, de Alcobaça, e criou a marca
Sonatural.
Ainda era um menino que vestia calções quando, depois das aulas,
ajudava o pai na empresa responsável pelo abastecimento de
matérias-primas na indústria portuguesa. O mercado mudou e Douglas
Gilman cresceu com olho para o negócio: introduziu os iogurtes contra
o colesterol em Portugal, as refeições prontas e as sanduíches à venda
em lojas de conveniência e postos de abastecimento de combustível.
Paralelamente, numa parceria com uma empresa de Alcobaça, criou a
marca Sonatural recentemente reconhecida em Inglaterra.
De passo acelerado e entre telefonemas em francês e inglês, Douglas
Gilman - português mas descendente de família britânica - confessa que
está sempre a pensar em produtos novos. Começou a carreira
profissional na empresa do pai (criada em 1942), mas chegou a sair por
três anos para trabalhar numa multinacional. "Fui responsável pela
instalação das primeiras lojas de conveniência em Portugal", conta.
Mal sabia que, anos depois, esses seriam os seus principais clientes.
Douglas regressou à empresa do pai, mas a entrada de Portugal na
Comunidade Económica Europeia tinha posto um ponto final a uma série
de indústrias. "Decidimos apostar nos produtos acabados."
Começa por importar um iogurte líquido suíço para doenças
cardiovasculares, depois introduz o primeiro iogurte contra o
colesterol no mercado. Depressa aprende a lição: uma empresa não pode
ter apenas um produto e um cliente. Olha à volta e decide comprar uma
fábrica de sanduíches em Loures, para abastecer lojas de conveniência
e postos de combustível. A procura foi tanta que, mais tarde, acabou
por comprar um fábrica na Azambuja, para onde mudou os funcionários e
a produção em Abril deste ano. O investimento rondou os 1,2 milhões de
euros.
A vender sanduíches e comida pronta para cadeias como o Ikea, e cada
vez mais procurado no estrangeiro, Douglas investiu agora num "sistema
de congelação que permite viajar mais de 500 quilómetros com os
produtos". A ideia "é ter refeições prontas de qualidade e conseguir
exportar para cada vez mais longe. É na exportação que podemos
encontrar uma solução para a crise".
Na exportação e nas parcerias. Há quatro anos o empresário juntou-se à
Frubaça, em Alcobaça, e criou a marca Sonatural. Enquanto a Frubaça
dispõe de uma tecnologia de ponta que permite fazer sumos 100%
naturais através de uma técnica de hiperpressão a frio (que mata os
microorganismos da fruta sem ser a altas temperaturas, como na
pasteurização), a empresa de Douglas dá a marca ao produto e algumas
ideias inovadoras. Destaque para a fruta à colher. "Fizemos um
preparado de fruta com bocadinhos de maçã porque clientes de uma
companhia aérea queixaram-se que só a fruta desfeita era demasiado
infantil."
Tanto os sumos como a fruta à colher são tão doces que é difícil
acreditar que sejam feitos apenas de fruta, sem qualquer adição de
açúcar e, até, de água. O segredo, conta Douglas, está nas maçãs de
Alcobaça. "'Arredondamos' todos os frutos que possam ser ácidos, como
o ananás, com a incorporação da maçã nacional".
O produto foi já reconhecido além fronteiras pelo "5 a day", um
programa britânico promovido pela National Health Service que prevê
sensibilizar os britânicos a comerem cinco peças de fruta por dia. Um
sumo equivale a duas.
Na fábrica de Alcobaça, as garrafas de sumo saem da máquina alinhadas
e coloridas. "Nem sempre a fruta é da mesma cor; depende da época do
ano", adverte Jorge Periquito, que trouxe a inovação para Portugal.
Ainda assim não se sente o problema da sazonalidade. "As pessoas
esperam pela época dos morangos, para terem o sumo verdadeiro." Também
pode ser laranja, frutos vermelhos, cenoura, manga e pêra.
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2151258&page=-1
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