Ensino
Andrea Duarte
02/12/11 00:05
Serviços de segurança, saúde e ciências da vida são as áreas com menos
inscritos nos Centros de Emprego.
As áreas com menos desempregados inscritos nos centros de emprego são
os serviços de segurança, a saúde e as ciências da vida. Os dados são
do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações
Internacionais do Ministério da Educação e Ciência (GPEARI), mas quem
fez as contas foi Pedro Lourtie, professor universitário e
ex-secretário de Estado do Ensino Superior.
De acordo com o quadro elaborado por Pedro Lourtie, as áreas com mais
desemprego são a agricultura, silvicultura e pescas, os serviços
sociais e a informação e jornalismo. Seguem-se as humanidades,
indústrias transformadoras e ciências empresariais.
O investigador elaborou a lista dos cursos com maior desemprego a
partir dos números do GPEARI, fazendo um rácio do número de
desempregados a dividir pelo número de diplomados. "Esse rácio dá uma
noção completamente diferente da dos números absolutos", que
apresentavam como a área com o maior número (bruto) de desempregados
as ciências empresariais.
No entanto, calculando o rácio entre o número de desempregados
inscritos nos centros de emprego e o números de diplomados com o mesmo
curso, "o primeiro é a agricultura, silvicultura e pescas e direito
aparece já mais à frente, enquanto ciências empresariais, que aparecia
em primeiro nos números absolutos, também já não fica tão mal",
salienta Pedro Lourtie.
Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros, considera
esta informação "fundamental" para os jovens. "Apesar de esta
categoria de engenharia, técnicas e afins ainda incluir muita coisa, é
um mar de gente que está neste descritor, nota-se que o desemprego
para esta categoria não é tão elevado", o que tem o valor de
"estimular os jovens para carreiras que têm uma maior
empregabilidade", frisa o bastonário.
Face aos rácios de áreas como a agricultura, Carlos Matias Ramos
considera que "não houve informação suficiente, para os jovens
escolherem essas áreas".
Já Adriano Pimpão, membro da direcção da Ordem dos Economistas, refere
que "o desemprego dos licenciados pode ter três causas: excesso de
oferta, qualidade deficiente do curso ou pouca qualificação das
empresas". O economista acrescenta que "esta última causa tem sido
pouco analisada em Portugal mas é muito relevante. Nesta fase da vida
do país, o abrandamento da actividade económica também contribui para
a diminuição da procura".
"As medidas de regulação devem passar primeiro que tudo pela avaliação
dos cursos, retomando o processo que é agora da competência da Agência
de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. Neste processo as
Ordens também participam através de pareceres no âmbito das
competências profissionais", conclui Adriano Pimpão.
Mulher, licenciada em agricultura, silvicultura ou pescas, e à procura
de emprego no norte do país à menos de três meses. Este é o
perfil-tipo do diplomado no desemprego em Portugal. A maioria estão à
procura de um novo emprego e vêm do sistema universitário público.
A maior parte dos diplomados inscritos em centros de emprego são
mulheres (66%), têm entre 25 e 34 anos (47,8%) e residem no Norte do
país (39,4%). O grau de licenciado é o mais comum entre os diplomados
no desemprego (86,1%). Cerca de um quarto dos diplomados no desemprego
estão à procura de trabalho há menos de três menos (24,7%), mas uma
percentagem quase idêntica está à procura há mais de seis meses
(24,5%).
Áreas com menos emprego
- A área com maior número de desempregados por diplomados é a da
agricultura, silvicultura e pescas.
- A segunda área onde o rácio entre diplomado e desempregado é maior é
os serviços sociais.
- Informação e jornalismo é a terceira área onde há mais desemprego.
- Seguem-se as humanidades, indústrias transformadoras e ciências empresariais.
Indicadores do desemprego dos diplomados
66%
Dois terços dos diplomados no desemprego são mulheres. Na população
geral, a maioria dos desempregados também são mulheres, mas a
percentagem é menor: apenas 53%.
1,32
Agricultura, silvicultura e pescas é a área com o rácio mais elevado
(1,32) entre os diplomados e o número de desempregados. A seguir vêm
as ciências sociais, com 1,04, seguidas da informação e jornalismo,
com 0,99.
0,10
Serviços de segurança é a área com menos valor de rácio (0,10) entre o
número de diplomados e os desempregados. Saúde surge logo a seguir,
com 0,19, e as ciências da vida ocupam o terceiro lugar neste 'top',
com 0,28.
23.012
Ciências sociais, comércio e direito é a área de formação com mais
diplomados em instituições de ensino superior (23.012 alunos), no ano
lectivo de 2009/2010. A seguir vem saúde e protecção social, com
16.387, e engenharias, indústria transformadora e construção, com
14.412.
http://economico.sapo.pt/noticias/descubra-os-cursos-com-menos-desemprego_132423.html
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