quarta-feira, 19 de novembro de 2014

ORIAN: Norte possui 350 organizações agrícolas que devem trabalhar em rede



As 350 organizações agrícolas do norte devem construir uma rede organizacional que seja mais eficaz na prestação de serviços, a nível do apoio técnico e comercialização, aproveitando as oportunidades criadas pelos novos fundos comunitários.


Esta é uma das conclusões do projeto ORIAN - Otimização da rede institucional agrária da região norte, que fez um diagnóstico do setor e foi apresentado hoje, em Vila Real, no seminário "Organizações agrícolas da região norte. Cenários: evolução e viabilização".
O coordenador do estudo, José Miguel Silva, afirmou à agência Lusa que foram identificadas cerca de 350 organizações, entre associações socioprofissionais e cooperativas agrícolas, que representam cerca de 70 a 80 mil agricultores.
"O importante deste projeto foi tentar encontrar soluções para que esta rede imensa possa ser potenciada e preste um melhor serviço", salientou.
A ideia é, segundo referiu, "criar as condições para se construir uma rede organizacional de âmbito associativo que possa ser mais eficaz na prestação do serviço aos agricultores, designadamente no apoio técnico e na concentração e comercialização da oferta".
"Estamos numa situação difícil, temos muitas organizações e estamos numa região muito particular de agricultura muito pulverizada", sublinhou.
Espalhadas pelo território existem boas organizações, com saúde financeira, mas, segundo o responsável, a "esmagadora maioria vive com dificuldades".
José Miguel Silva referiu mesmo o caso paradigmático da região dos vinhos verdes, onde as adegas cooperativas, que representam "apenas 2% da produção de vinho", estão em situação "de pré fecho".
"O retrato é caótico em algumas situações. É preciso um plano de reestruturação forte, com uma boa intervenção do Governo no sentido de ajudar a que isso se concretize", referiu.
O responsável afirmou que as soluções passam por duas premissas. Uma é o Plano de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR) e a outra está relacionada com as Comunidades Intermunicipais, que possuem responsabilidades a nível do planeamento estratégico dos territórios e poderão ser o elemento dinamizador de toda a reestruturação que terá que ser feita.
Acrescentou que o PDR prevê apoios à concentração das organizações com o objetivo de ganhar escala e promover a concentração da oferta.
No entanto, José Miguel Silva alertou para a necessidade de se definir um "tratamento mais especifico" para o "caso concreto das cooperativas", já que o PDR não identifica os seus aspetos específicos, nomeadamente o seu "passado e, em alguns casos, um passivo forte".
O diretor Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, afirmou que o novo PDR "é uma oportunidade que não se pode perder".
"Este PDR beneficia imenso as organizações, beneficia as fusões de organizações para elas ganharem escala, beneficia aqueles que sejam associados de organizações de produtores, com majorações de 10% dos respetivos financiamentos", explicou.
Está-se, na sua opinião, "num momento fundamental" porque o "PDR pode representar o antes e o depois em matéria de organização da agricultura".
O projeto ORIAN foi promovido pelo Instituto para o Desenvolvimento Agrário da Região Norte (IDARN), com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte).
Dinheiro Digital com Lusa

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