O Governo vai fazer "todos os esforços" para "garantir" o
financiamento necessário à conclusão do Alqueva até final de 2013, mas
admite "efetuar o reescalonamento da execução do projeto até 2015".
12:06 Segunda feira, 19 de setembro de 2011
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A ministra da Agricultura reafirma que o Governo considera o projeto
Alqueva "prioritário e essencial"
António Pedro Ferreira
O Governo vai fazer "todos os esforços" para "garantir" o
financiamento necessário à conclusão do Alqueva até final de 2013, mas
admite "efetuar o reescalonamento da execução do projeto até 2015",
segundo a ministra da Agricultura.
A informação consta na resposta de Assunção Cristas a uma pergunta
sobre o Alqueva feita por deputados do PS, entre eles Luís Pita
Ameixa, que, agora, considera que "o Governo parece dar mostras de
recuo no seu anúncio inicial de desvalorizar a rápida conclusão" do
projeto.
A "preocupação" do Governo em relação ao Alqueva é "empreender todos
os esforços que estão ao seu alcance para garantir os meios
financeiros necessários à conclusão da obra dentro do escalonamento
atualmente previsto (final de 2013)", diz a ministra na resposta,
enviada hoje à Agência Lusa pelo deputado do PS eleito por Beja, Luís
Pita Ameixa.
Execução da obra pode prolongar-se
"O Governo admite, no entanto, a possibilidade de efetuar o
reescalonamento da execução do projeto até 2015, garantindo deste modo
a execução na totalidade da comparticipação comunitária orçamentada
para este efeito no âmbito do atual Quando Comunitário de Apoio",
ressalva.
A ministra reafirma que o Governo considera o projeto Alqueva
"prioritário e essencial" e diz que "não é objetivo" "reafetar fundos
da comparticipação nacional" do Programa de Desenvolvimento Rural
(Proder) "afeta" ao Alqueva e prevista no Programa de Investimentos e
Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) "para
viabilizar outros investimentos".
Em comunicado enviado à Lusa em reação à resposta da ministra, Luís
Pita Ameixa refere que "o Governo parece dar mostras de recuo no seu
anúncio inicial de desvalorizar a rápida conclusão" do Alqueva e a
resposta "vem também entrar em contradição com a afirmação, que
inicialmente tinha sido feita, de que não existia financiamento
assegurado para o projeto".
Segundo Pita Ameixa, "como se vê agora" na resposta da ministra
"existem verbas adequadas do Proder e comparticipação nacional
prevista em PIDDAC para viabilizar a construção do empreendimento".
Cerca de 53 mil hectares já estão disponíveis para regadio e em
"breve" ficarão disponíveis mais 18 mil hectares, diz a ministra,
referindo tratar-se de "um potencial de que urge tirar partido".
"De pouco serve a terra infraestruturada para regadio se ela não vier
a ser efetivamente utilizada" e "esta tem sido a realidade observada
nos blocos de rega" do Alqueva que estão a funcionar, afirma a
ministra.
Segundo a ministra, o Governo "não só não pretende gorar as
expetativas dos investidores nem romper com o compromisso do anterior
Governo, como pretende reforçar o empenho para garantir um efetivo
aproveitamento das infraestruturas criadas".
O efetivo aproveitamento, refere, "sempre foi negligenciado no
passado, ignorando-se que as alterações tecnológicas", como a passagem
do sequeiro ao regadio, "não se efetuam 'plantando ao desbarato
tecnologia à porta de casa dos agricultores'".
"O Governo tem uma ideia errada da importância que o Alqueva tem para
os empresários da agricultura, julgando que estes não se interessam
nem aproveitam o regadio" e "desconhece a grande mudança" que o
regadio "veio trazer às zonas onde já chegou", reage Pita Ameixa.
Para o deputado, "o Governo mostra uma má ideia dos agricultores e uma
visão mesquinha do que é implementar e promover um sistema de regadio"
e lamenta que o projeto Alqueva, "coerente e estudado profundamente ao
longo de muitos anos", pareça "a este Governo que é
'plantar tecnologia ao desbarato' nas explorações agrícolas".
http://aeiou.expresso.pt/alqueva-sem-fim-a-vista=f674812#ixzz1YPwGmrSt
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