19-09-2011
O produtor vitivinícola João Portugal Ramos já exporta mais de metade
da produção anual de 4,5 milhões de garrafas, mas defende serem
necessários mais apoios à comercialização para afirmar os vinhos
nacionais no estrangeiro.
«Estou convencido que o Governo, depois de ter apoiado tanto os
investimentos na produção, tanto a nível vitícola como de adegas, está
consciente de que falta dar o último passo. Não pode deixar agora isto
cair», argumentou.
O enólogo e produtor, que vende para «cerca de 40 países», lembrou à
agência Lusa que Portugal está «entre os 10 maiores produtores de
vinho do mundo», mas ainda não foi atingido todo o potencial
exportador.
«Enquanto país produtor de vinhos, partimos de menos de zero», em
comparação com outros países, como os «do novo mundo», que «partiram
do zero absoluto», obtendo «sucesso», considerou.
Na origem do problema, segundo João Portugal Ramos, esteve a «carga
negativa, de vinhos menos conseguidos, associada a Portugal», quando o
país achava de que o bom era para consumo interno e «o mau é que ia lá
para fora».
«Enganámo-nos. Quanto menos ligado está um país à tradição de produzir
vinhos, mais esse consumidor está alerta, recebe ofertas do mundo
inteiro e está mais ciente da quantidade enorme de vinhos bons que
aparecem», resumiu.
Por isso, para que os vinhos portugueses deixem de estar «a um canto»
ou «junto com Espanha» nas prateleiras dos supermercados de diversos
países é importante mudar essa concepção internacional.
«Nitidamente falta apoio na comercialização. A concorrência é brutal e
só com fortes apoios é que se pode promover a marca Portugal»,
insistiu João Portugal Ramos, cujo grupo factura anualmente 15 milhões
de euros.
Esta afirmação dos vinhos de Portugal no panorama internacional,
defendeu, carece também de uma «limpeza de mercado», porque «não podem
haver 500 mil marcas de vinho» oriundas do país.
Criticando o preço de alguns vinhos nacionais, vendidos «a 80 cêntimos
ou a um euro», o produtor alertou que se assiste à «diminuição da
superfície vitícola» do país e que «muitas explorações não vão ter
possibilidades de sobreviver».
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia40999.aspx
Sem comentários:
Enviar um comentário