quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Fim da comissão da dieta mediterrânica pode pôr em causa candidatura à UNESCO

Gastronomia
21.09.2011 - 18:46 Por Lusa
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O vice-presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Jacinto
Gonçalves, alertou hoje que o fim da comissão de preparação de
candidatura portuguesa da dieta mediterrânica a património imaterial
da UNESCO pode por em causa o processo
Esta comissão foi constituída pelo anterior ministério da Agricultura,
liderado por António Serrano (PS), que nomeou representantes das
várias entidades envolvidas na candidatura portuguesa: Movimento
Mulheres de Vermelho (que iniciou o processo com uma petição), a
Fundação Portuguesa de Cardiologia, a Câmara de Tavira e, também, os
ministérios da Saúde, Economia, dos Negócios Estrangeiros e da
Cultura.

"Com o novo Governo, que tomou posse em Junho, esta comissão deixou de
existir e é urgente que a nova ministra da Agricultura, Assunção
Cristas, volte a nomear um grupo de acompanhamento da candidatura",
disse hoje à agência Lusa Jacinto Gonçalves.
O vice-presidente da Fundação, que fazia parte da comissão, admitiu
que esta situação "pode pôr em causa a candidatura portuguesa", já que
"o processo tem de ser terminado e concretizado até ao início do
próximo ano".
O também cardiologista disse que "não há nenhuma questão nem política,
nem financeira para que uma comissão de acompanhamento não avance".
De acordo com Jacinto Gonçalves, que estava a acompanhar de perto os
trabalhos da comissão, o processo de candidatura está "muito
avançado", dado que a cidade que representa a dieta mediterrânica em
Portugal já estava escolhida.
"Tavira é a representante da dieta mediterrânica em Portugal e [o
município] já agregou um conjunto de informações e factos que
demonstram que na cidade há uma grande tradição desta dieta", disse.
Por fazer está ainda a "concretização" da candidatura junto da UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura),
acrescentou.
Jacinto Gonçalves falava à agência Lusa à margem de um almoço
organizado pelo Movimento Mulheres de Vermelho e pelo evento da Lisboa
Restaurant Week (Semana dos Restaurantes de Lisboa), depois de ter
salientado as vantagens da dieta mediterrânica na prevenção das
doenças cardiovasculares.
Questionada à margem do mesmo evento, a anterior ministra da Saúde,
Ana Jorge, disse que, enquanto estava no Governo, nomeou a Direcção
Geral da Saúde para trabalhar com o ministério da Agricultura na
candidatura e que "vai tentar saber o que se passa".
Considerando que "até Dezembro não há muito tempo para terminar a
candidatura", Ana Jorge afirmou que caso não se conclua o processo é
uma "oportunidade que se perde"
A também pediatra considerou que a candidatura da dieta mediterrânica
portuguesa a património imaterial da UNESCO funciona como uma "acção
na área da prevenção da saúde" e que "pode levar a uma mudança de
hábitos a longo prazo", além de "levar ao consumo dos produtos
nacionais".
A agora deputada do PS admitiu que o fim da comissão seja apenas "uma
situação burocrática", já que o grupo "não tem custos", avançando que
"vai tentar perceber o que se passa".
http://www.publico.pt/Sociedade/fim-da-comissao-da-dieta-mediterranica-pode-por-em-causa-candidatura-a-unesco-1513033

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