por Agência Lusa, Publicado em 17 de Setembro de 2011
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Apesar das dificuldades da crise, os países da União Europeia e do
Mercosul mantêm o interesse nas negociações para um possível acordo
bilateral, segundo o ministro-conselheiro da União Europeia no Brasil,
Juan Victor Monfort.
"Há vontade política de todos os lados, as coisas estão a funcionar,
tivemos já seis rodadas com um calendário muito apertado e com esse
cronograma praticamente temos uma rodada a cada três meses", explicou
Monfort à agência Lusa.
Após um último encontro em Bruxelas, em julho, a próxima ronda de
negociação está prevista para acontecer entre os dias 7 e 11 de
novembro, em Montevideu, no Uruguai.
Monfort adianta que no próximo encontro os representantes de ambos os
lados estarão ainda debruçados sobre os aspectos de um acordo
normativo. "Na próxima reunião ainda discutiremos as questões
normativas. É um trabalho muito complexo e difícil e acho que fizemos
muitos progressos desde que começámos. Temos trabalhado muito e
estamos otimistas quanto ao andamento da negociação", enfatizou.
Para o representante da UE, que falou à Lusa à margem do VI Encontro
de Negócios Brasil-Portugal, no Rio de Janeiro, a experiência da União
Europeia em negociações anteriores mostra que não há um momento
"ideal" para se fechar uma acordo, e que a crise portanto não será um
empecilho.
"Nós sabemos pela experiência em outras negociações que nunca houve um
momento perfeito para concluir uma negociação. A atual crise aumenta
as tensões protecionistas, mas isso não está a preocupar a União
Europeia neste momento", garantiu.
Em relação aos impactos das mudanças que a crise acabou por trazer,
como a redução dos subsídios agrícolas da PAC (Política Agrícola
Comum) – Monfort pondera que a diminuição "espontânea", ajuda por um
lado, mas dificulta por outro.
"Evidentemente a política agrícola que temos no ano 2011 é muito
diferente da política que tínhamos em 2000 ou 2005. Isso facilita as
coisas. Facilita e complica também porque os nossos agricultores, que
já sofreram com as reduções da PAC, têm problemas para fazer outras
concessões", sublinhou.
Antes da próxima ronda de negociações haverá ainda a Cimeira
Brasil-União Europeia, no dia 04 de outubro, onde o diplomata acredita
que o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, reafirmará a
Dilma Rousseff o interesse europeu em seguir com as negociações.
"É uma reunião bilateral mas evidentemente o Brasil é um parceiro
importante dentro do Mercosul. Tenho a certeza de que Barroso irá
reforçar a vontade política do bloco à presidente Dilma", adiantou.
Após seis anos suspensas, as negociações bilaterais em busca de um
acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia
recomeçaram em 2010, durante a presidência rotativa de Espanha.
http://www.ionline.pt/conteudo/150088-uniao-europeia-e-mercosul-mantem-vontade-politica-em-acordo-bilateral-apesar-da-crise
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