domingo, 16 de novembro de 2014

Inovar para melhor competir! *


João Coimbra

Numa altura em que o país se depara com uma série de incertezas, encontramos na cultura do milho razões para acreditar que estamos perante um sector inovador, capaz de gerar riqueza, investir e a criar empregos.

Entre muitas outras evidências, acabamos por confirmar a vitalidade do sector em iniciativas como a Agroglobal - um evento de excelência e referência para todo o setor. Por esta feira passaram mais de 20 000 visitantes e estiveram presentes 200 expositores ligados às mais variadas áreas da economia agrícola. Mais do que uma mostra do que melhor se faz em Portugal, na área das grandes culturas como o milho, trata-se de um sinal de que continua a existir por parte dos agricultores portugueses uma aposta constante no conhecimento e na inovação.

Investir na melhoria dos sistemas de produção, alcançar uma maior competitividade ao nível do uso dos fatores de produção e privilegiar os investimentos em regadios mais eficientes, são certamente algumas das boas razões que levaram os produtores agrícolas nacionais e os técnicos agrícolas a marcarem presença nesta feira, que é já considerada o principal fórum de discussão e troca de experiências na área da agricultura de regadio e muito em especial na cultura do milho.

Por outro lado, a necessidade de produzir mais e melhor, com menos custos, tem levado as empresas agrícolas a optar por uma visão estratégica baseada num sistema de gestão cada vez mais profissional, capaz de recolher toda a informação relacionada com a cultura do milho.

As oportunidades nesta área são de facto imensas e cada vez mais desafiantes, destacando-se a tecnologia dos sistemas de informação geográfica, a gestão dos sistemas de rega, a utilização das alfaias autorreguladas, a medição georreferenciada das produções, não esquecendo o controlo da evolução da cultura com recurso a fotografias e vídeo, entre muitos outros.

Vivemos assim hoje, um novo paradigma assente numa agricultura de precisão, centrada na recolha de informação no campo, de modo a dar aos agricultores todos os dados para tomarem as melhores decisões sobre as suas culturas. É indiscutível que com a necessidade de aumentar a produtividade agrícola de uma forma sustentável, temos hoje ao dispor dos agricultores várias ferramentas de apoio à decisão, para a aplicação de forma rigorosa dos factores de produção.

Numa altura em que a volatilidade das cotações dos cereais é cada vez mais acentuada e foge do nosso controle, colocando muitas vezes em causa a competitividade económica da nossa actividade, a aposta na inovação e no recurso a novas tecnologias que nos permitam tomar as decisões mais acertadas, é sem dúvida alguma uma das formas de podermos resistir no futuro.

Investir na inovação é um dos nossos desafios para os próximos anos!

João Coimbra 
Director da ANPROMIS

(*) Este artigo foi publicado como editorial no Boletim de Novembro da Anpromis

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