01 de Junho de 2011, 15:28
Santarém, 01 Jun (Lusa) -- O Centro Nacional de Exposições e Mercados
Agrícolas declarou hoje não ver "qualquer relação" da cerimónia de
inauguração da Feira Nacional da Agricultura, agendada para a tarde de
sábado, dia de reflexão, com o ato eleitoral que se realiza domingo.
O CNEMA reagiu, em comunicado, à tomada de posição da distrital de
Santarém do PSD, que terça feira criticou António Serrano, ministro da
Agricultura em funções e cabeça de lista do PS por Santarém às
eleições de domingo, por ir presidir à inauguração do certame no dia
de reflexão.
O CNEMA, entidade que organiza a Feira Nacional da Agricultura/Feira
do Ribatejo, afirma que a inauguração do certame está marcada desde há
um ano e que este é um "acontecimento de referência da agricultura
nacional" inaugurado pelo ministro da Agricultura "por inerência de
funções e tradição".
"A participação do ministro da Agricultura na inauguração da feira
representa um dever do próprio ministro perante o setor que tutela e a
sua presença no ato de inauguração não pode ser considerada uma ação
de campanha eleitoral", afirma.
O CNEMA acrescenta ter convidado todos os cabeças de lista dos
partidos pelo distrito para a inauguração da feira, tendo em conta o
facto de António Serrano ter também essa qualidade.
António Serrano disse terça feira à Lusa que, perante as argumentos do
CNEMA, decidiu aceitar o convite que lhe foi feito e ser seu
entendimento que todos os políticos convidados o deveriam fazer
igualmente, por a sua presença ser entendida como "exemplo de
valorização do trabalho dos agricultores".
Questionados pela Lusa, os cabeças de lista da CDU, António Filipe, do
CDS-PP, Filipe Lobo d'Ávila, e do Bloco de Esquerda, José Gusmão,
disseram que não veem razões para não aceitar o convite.
"Não tenciono passar o dia fechado em casa. Obviamente que não vou
andar a distribuir panfletos nem a agitar bandeiras. Não vou andar na
rua a fazer campanha", disse José Gusmão, adiantando não ver qualquer
problema na presença de António Serrano na inauguração do certame se
este não fizer qualquer declaração pública.
Filipe Lobo d'Ávila declarou que "o estranho seria não estar" na
inauguração da feira, já que, desde que foi eleito deputado pelo
distrito, nunca deixou de comparecer, e também por coerência com a
postura do partido fora dos períodos eleitorais, de estar ao lado dos
agricultores.
"Sou deputado eleito por Santarém, fui convidado e não vejo razões
para recusar", afirmou, por seu turno, António Filipe.
Já Miguel Relvas (PSD) disse à Lusa "não pactuar com situações
eticamente reprováveis e moralmente condenáveis", sublinhando ser seu
entender que uma coisa é a presença dos candidatos a deputados outra é
presidir oficialmente à abertura do certame num dia que é destinado à
reflexão dos eleitores.
Sublinhando não ter sido convidado -- "devem ter sido os deputados em
funções" -, contrariamente ao que afirma o comunicado do CNEMA, Relvas
disse que não tenciona apresentar qualquer queixa à Comissão Nacional
de Eleições, não podendo apenas deixar passar em claro "este tipo de
comportamento".
MLL.
Lusa/fim
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/12627139.html
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