quinta-feira, 2 de junho de 2011

Prepare-se: preço dos alimentos base vai duplicar

Alerta parte da organização não governamental Oxfam
PorRedacção2011-05-31 19:30
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O preço médio dos alimentos-base vai duplicar nos próximos 20 anos,
alertou a organização não-governamental Oxfam, no lançamento de uma
campanha para combater a fome a nível global, patrocinada pelo
ex-presidente brasileiro Lula da Silva.

«O sistema alimentar tem de ser reformado para podermos ultrapassar os
desafios crescentes das alterações climáticas, escalada do preço dos
alimentos e falta de terras, água e energia. Temos de remeter a fome
para a história», afirmou a presidente da Oxfam, Barbara Stocking, no
lançamento da campanha e do relatório «Crescendo para um Futuro
Melhor», e citada pela Lusa.
Se não forem tomadas medidas urgentes, afirma o relatório, o preço dos
alimentos-base como o trigo ou milho vai mais do que duplicar nas
próximas duas décadas, fazendo disparar os casos de fome, que
actualmente afecta mil milhões de pessoas em todo o mundo.
Os aumentos previstos variam entre os 120 e os 180% entre os
diferentes alimentos-base, devido sobretudo às alterações climáticas,
e deverão afectar principalmente os mais pobres, que gastam perto de
80% do seu rendimento em alimentação.
A Oxfam defende que os progressos contínuos no combate à fome nas
últimas décadas estão agora em risco, com a capacidade de produção sem
capacidade de acompanhar a procura de alimentos, que deverá crescer
70% até 2050.
«Estamos a caminhar sonambulamente em direcção a uma era de crise
evitável», adiantou Barbara Stocking.
O relatório alerta para o caso da Índia, onde um crescimento acentuado
da economia foi acompanhado de um aumento do número de pessoas com
fome em 65 milhões de indivíduos, mais do que a população da França.
Visa também os países ricos, que contribuem para agravar o problema
com incentivos à produção de biocombustíveis, por exemplo à base de
milho.
A Oxfam apelou ao primeiro-ministro britânico e outros líderes do G20
para acordarem novas regras para os mercados alimentares, aumentando a
transparência e regulando os índices de futuros, acumulando reservas
alimentares e pondo fim a políticas de biocombustíveis. Apela ainda a
maior investimento nas pequenas produções agrícolas, que considera a
maior oportunidade actual para expandir a produção alimentar.
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/fome-pobreza-alimentos-agencia-financeira-oxfam/1257373-1730.html

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