A Ministra da Agricultura espanhola, Rosa Aguilar, apelou ontem à
ajuda económica extraordinária para compensar os produtores hortícolas
espanhóis que foram envolvidos numa situação totalmente injusta com a
crise dos pepinos contaminados, que lhes está a causar prejuízos de
200 milhões de euros por semana. Este pedido foi feito na reunião do
Conselho informal dos Ministros da Agricultura da UE, realizada na
cidade húngara de Debrecen, onde esta questão foi incluída na ordem do
dia.
A Ministra queixou-se ao seu homólogo alemão, Robert Kloos, que
perante a situação ocorrida, o governo espanhol deveria ter sido
informado directamente, ao invés de ter sabido pela imprensa. Também
foi contundente quanto às acusações que a Alemanha, desde o início,
foi fazendo aos pepinos espanhóis como causadores da contaminação, sem
qualquer evidência científica. Actualmente, a própria ministra da
Saúde do Estado de Hamburgo, Cornélia Prufer-Storcks, onde se
concentram a maioria dos casos e que foi a primeira a apontar a
Espanha com um dedo acusador, reconheceu que os pepinos espanhóis não
são a causa do doença, pois as bactérias detectadas nas cucurbitáceas
não são da mesma estirpe que aquelas encontradas em doentes e que não
sabem onde a contaminação ocorreu.
Rosa Aguilar insistiu que os casos ocorridos são de pessoas que
estiveram na Alemanha, o consumindo produtos tratados na Alemanha. Em
Espanha não houve nenhum caso e os dois únicos espanhóis afectados,
são de pessoas que visitaram Hamburgo.
Como a reunião de ontem foi um Conselho informal não poderia ser
tomada qualquer decisão, pelo que a Ministra pediu a convocação de uma
reunião de Conselho extraordinária, que deverá ser na próxima semana.
A ministra espera que até quinta ou sexta-feira, o governo espanhol
tenha completado todos os resultados da investigação que está a ser
feita para corroborar que os pepinos espanhóis não têm nenhum
problema. Rosa Aguilar espera fornecer esta informação na reunião
extraordinária, e espera que o seu homólogo alemão faça o mesmo.
Nma conferência de imprensa após a reunião, o Comissário da
Agricultura, Dacian Ciolos, disse que a Comissão Europeia irá ajudar
os produtores hortícolas comunitários que foram afectados pela crise,
já que se trata de um problema em toda a UE e não num ou outro país.
No entanto, ele insistiu que os meios disponíveis eram escassos e
tínhamos de encontrar os mecanismos no seio da OCM das frutas e
produtos hortícolas. Referiu que, no caso de agricultores que
pertencem a uma organização de produtores, a ajuda pode vir através do
financiamento da retirada do mercado. Para os produtores que não
pertencem a um OP, os serviços da Comissão estão a analisar as opções
possíveis.
Ciolos assinalou a importância de restaurar a confiança dos
consumidores, de modo que hoje, juntamente com o Comissário de Saúde e
Defesa do Consumidor, John Dalli, têm previsto informar o público.
Fonte: Agrodigital
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2011/06/01l.htm
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