A Plataforma da Cortiça foi um dos pontos fortes da terceira edição
FICOR - Feira Internacional da Cortiça
A crise passa ao lado do mercado da cortiça, com as exportações
nacionais a baterem recordes. A 3.º edição de FICOR - Feira
Internacional da Cortiça, que decorreu em Coruche, veio reforçar esse
momento, promovendo o montado do sobro, a cortiça, a produção da rolha
de cortiça e uma série de outras aplicações que o sobreiro vai
proporcionando. A "plataforma da cortiça", uma espécie de bolsa de
transacção da cortiça, voltou a estar em destaque na FICOR, inaugurada
sexta-feira, 27 de Maio, pelo ministro da Agricultura, António
Serrano, e que decorreu até 1 de Junho no parque do Sorraia.
No dia inaugural, e após o visionamento de um filme, dez deputados da
comissão de agricultura do Parlamento Europeu assistiram à abertura da
plataforma da cortiça. Como explica o director da Associação de
Produtores Florestais de Coruche (APFC), António Gonçalves Ferreira,
os industriais deslocam-se à FICOR, analisam as amostras e um técnico
da associação encaminha-os para o produtor. A APFC funciona como
facilitadora dos negócios.
A plataforma da cortiça foi superior à de 2010 no que respeita à
produção, com mais de 500 mil arrobas disponibilizadas pelos
produtores presentes, que chegaram de Montemor-o-Novo a Abrantes, de
Serpa à Chamusca, passando por Ponte de Sor e, inevitavelmente,
Coruche. Estiveram representadas 56 propriedades que representam a
extracção de cortiça que vai acontecer em 2011. Cada industrial
escolheu as partidas de cortiça consoante a qualidade e quantidade que
pretendia.
O momento é de optimismo face aos bons resultados que a companha
internacional sobre a cortiça e em particular sobre a utilização da
rolha de cortiça como vedante produziram no mercado estrangeiro. "A
cortiça conseguiu consolidar a sua posição do mercado internacional,
suscitando maior procura da indústria. Mas a amostra qualitativa deste
ano também é maior e temos melhor produto no mercado", analisa António
Gonçalves Ferreira.
Durante a visita à FICOR, que contou com 50 expositores instalados
numa tenda gigante na zona ribeirinha de Coruche, o ministro da
Agricultura realçou o crescimento do sector, salientando a importância
da fileira e de todas as suas ramificações. "Atingimos em 2010 os 800
milhões de euros em exportação do sector fruto de um ritmo de
crescimento continuado nos últimos anos. O sector da rolha de cortiça
está a recuperar e representa mais de 500 milhões de euros dessas
exportações".
O presidente da Câmara de Coruche seguiu a linha do governante.
Dionísio Mendes lembrou que, cada vez mais, a cortiça se afirma como
produto capaz de inovar e arrastar todo o sector e fileira da cortiça.
"A cortiça traz novas aplicações e novos usos, vai descobrindo novos
mercados. Aquela visão pessimista de há alguns anos está hoje
ultrapassada porque, com iniciativas como esta e, perdoem-me a
imodéstia, com o bom desempenho dos produtores florestais e com a área
de certificação a funcionar cada vez melhor, com o crescimento da
nossa indústria e fruto da grande campanha mundial da Intercork,
ultrapassámos esse período pessimista", analisou Dionísio Mendes.
Em Coruche, a APFC conta com cerca de 350 associados que produzem
cortiça de todas as qualidades para o mercado. Na indústria, são
produzidas cinco milhões de rolhas de cortiça diariamente.
A FICOR mostrou, em vários stands, as aplicações possíveis de cortiça
para diversos artigos: chapéus de chuva, sapatos, chinelos, malas,
acessórios, roupas e um sem número de outras aplicações.
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