PONTE DE LIMA
por LusaOntem
O recreio da antiga escola primária de Labruja, em Ponte de Lima, está a ser utilizado para conter quatro cavalos garranos, alegadamente abandonados na freguesia, e que estavam a destruir as produções agrícolas.
"Já comunicámos o caso à GNR e estamos a aguardar que as autoridades tomem medidas, que identifiquem os proprietários. Não pode ser só ir buscar os subsídios e depois abandoná-los por aí", afirmou hoje à Agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Labruja. Segundo Manuel Amorim, estes quatro cavalos terão sido abandonados na freguesia "há cerca de três semanas". Depois de destruírem várias culturas, enquanto procuravam alimento, um grupo de populares acabou por levá-los, no sábado, para o recreio da escola primária, encerrada em 2006.
"É um local fechado e enquanto as autoridades não decidem o que fazer, ficam ali, mas têm alimento. Este não é caso único, nos últimos meses temos visto outras situações do género, de animais que são deixados à sorte, depois de os produtores receberem os subsídios", alerta o autarca. Só este ano a GNR recebeu, em todo o distrito de Viana do Castelo, 15 queixas por danos provocados por garranos. Queixas até 31 de agosto e referentes aos concelhos de Melgaço (02), Vila Nova de Cerveira (01), Arcos de Valdevez (01), Viana do Castelo (06) e Ponte de Lima (05), segundo números do comando distrital da GNR.
Neste último concelho, uma das queixas diz respeito a um acidente de viação, com danos na viatura provocados pelos cavalos. Ainda em Ponte de Lima, um outro acidente, em setembro, provocou danos noutra viatura. A GNR admite que "no âmbito do inquérito", por vezes, "é possível identificar o proprietário do animal", cabendo depois aos tribunais imputar responsabilidades aos prejuízos causados. "Contudo, embora os animais estejam identificados, ao pastarem todos juntos torna-se muito complicado identificar qual foi o que realmente provocou o dano, pois pode ter sido qualquer um", diz a mesma fonte.
A isto, acrescenta-se o facto de muitos dos garranos, normalmente criados em regime de semi-liberdade, não possuírem sequer qualquer identificação. Em Portugal há cerca de 600 criadores de garranos registados, mas apenas 350 possuem animais, num registo nacional que ronda as 2.000 cabeças, sendo o distrito de Viana do Castelo um dos de maior expansão.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2136812&seccao=Norte
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