Pegões, um bom exemplo de cooperativismo

Vinhos

A crítica semanal do especialista da VISÃO, José António Salvador
0:00 Quinta feira, 24 de Nov de 2011
Na Península de Setúbal sobressaem duas grandes empresas vitivinícolas, a José Maria da Fonseca e a Bacalhôa Vinhos de Portugal, que até final do séc. XX dominavam a paisagem e o negócio vínicos da região.

Nesta primeira década do séc. XXI dois outros produtores sobressaem, não tanto pela quantidade de vinho produzida e comercializada, mas sobretudo pela qualidade continuada dos seus produtos colheita após colheita. Referimo-nos à Casa Ermelinda Freitas, em Fernando Pó (Palmela) e à Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões (Montijo), que constituem exemplos de sucesso económico. Tanto aquela empresa familiar, como a cooperativa, dão atenção ao mercado interno, mas alicerçam também a sua expansão nas exportações. A Adega de Pegões é também um exemplo de boa gestão cooperativa, coisa rara no panorama das adegas cooperativas nacionais.


Jaime Quendera é o enólogo de ambas as empresas, onde desenha vinhos de perfil moderno capazes de seduzirem o consumidor. Assim se criou a modernidade na vitivinicultura da região, outrora quase confinada à casta tinta Castelão (vulgarmente reconhecido por Periquita). Os tintos varietais de Pegões de 2009, embora muito marcados pelo estágio em cascos de carvalho, retintos e encorpados, testemunham a bondade do percurso enológico encetado desde finais do século passado pela Adega de Pegões.


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