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EDUARDA FERREIRA
O abandono de milhão e meio de hectares de floresta deve-se à muito
pequena dimensão dos terrenos, idade dos donos e fraca hipótese de
retirar rendimentos dela, consideram especialistas e decisores. E
dizem ser preciso mudar a situação.
Um carvalho tem que crescer ao longo de 80 anos para que dele seja
tirado rendimento, exemplificou ontem Eugénio Sequeira ao JN para
sublinhar que essa é uma razão pela qual Portugal "não tem floresta,
mas matas produtivas, como o eucaliptal". Este especialista em solos e
dirigente por muitos anos da Liga para a Protecção da Natureza (LPN)
considera que o único florestamento que "dá dinheiro" é o montado de
sobro, no Sul, com a produção de cortiça. Sequeira falava ao JN no
âmbito de um debate, em Lisboa, para marcar o Dia da Floresta
Autóctone. Para o mesmo especialista, "o pinheiro acabou, porque a
resina é exportada a um terço do preço pelos chineses e um pinheiro
sem extracção de resina não paga a desmatação". Assim, diz Sequeira,
30% do território está abandonado e em 20% da área total nem se sabe
quais os donos.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2144773
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