sábado, 12 de novembro de 2011

Agricultores têm que produzir e exportar mais

Mais de 40 dirigentes de organizações de agricultores responderam, na passada quarta-feira, à chamada do presidente da Frutoeste, Domingos Santos, para acompanharem a visita do secretário de Estado da Agricultura, Diogo Albuquerque, àquela cooperativa, na Azueira, e debater com o governante os problemas do sector.

Na resposta às muitas questões colocadas, o secretário de Estado salientou que "a agricultura pode ajudar a economia nacional" e que, para tal, "a palavra de ordem da tutela é produzir".

Tidas como fundamentais são "a concentração da oferta, por via de uma acção concertada dos agricultores" e a "aposta nas exportações".

No final, em declarações à RCM, o secretário de Estado da Agricultura enalteceu os produtores da região Oeste que se distinguem, principalmente, pela "persistência e capacidade de exportação e de inovação", para, de seguida, exemplificar: "As estufas que ficaram destruídas durante o temporal de 23 de Dezembro foram todas recuperadas e os agricultores voltaram ao mercado. Por outro lado, vê-se a produção de mini hortícolas e alfaces a serem exportadas para países, como a Inglaterra, que duram uma semana, se postas em água".


Também no concelho de Mafra, há todo um trabalho feito pela Frutoeste, "com destaque para a concentração da oferta e a aposta nas exportações, que totalizam 70% da sua produção".

O secretário de Estado só lamenta que a mão-de-obra venha quase toda de fora: "As cooperativas também são centros de oferta de trabalho, e era bom que [os portugueses] também pudessem vir a estes locais procurar emprego", apela.

Atento ao trabalho desenvolvido por esta e outras organizações de produtores, o ministério da Agricultura conseguiu desbloquear uma verba adicional para o Plano de Desenvolvimento Rural (PRODER) "para ajudar todos os agricultores que têm investimentos", no âmbito desse programa da União Europeia, que comparticipa 75% do custo total elegível.

"Inicialmente só estavam orçamentados 100 milhões de euros para este ano, que passaram a 150 milhões, no Orçamento Rectificativo de 2011", revela.

Mas se este é um assunto encerrado, outros problemas há que continuam a preocupar os agricultores.

No decorrer do debate com o secretário de Estado, as organizações de agricultores solicitaram a atenção – "mas, sobretudo, a acção" – do governante, visando uma solução urgente para pôr fim ao fogo bacteriano, às barreiras às exportações impostas por alguns países, bem como ao impasse na implementação do projecto Fruta Escolar.

De igual modo, pediram, ainda, o fim do rappel (desconto concedido ao comprador sempre que este atinja ou ultrapasse um determinado volume de compras, e que incide sobre o valor total da mercadoria vendida) em Portugal e uma efectiva regulação de preços para as grandes superfícies, que "dão 70% do valor à nossa mercadoria que depois é vendida a 150%".

"Ganha-se muito dinheiro à custa da agricultura", desabafou um dos produtores que intervieram no debate.

De resto, as questões formuladas "não surpreenderam" o presidente da Frutoeste de quem partiu a iniciativa de convidar o secretário de Estado da Agricultura e, ainda, o presidente da Direcção Regional de Agricultura de Lisboa e o deputado do PSD no Parlamento e membro da comissão parlamentar de Agricultura, Hélder Silva.

Presente esteve também o vereador do Ambiente da autarquia de Mafra, José Parente.

Tudo "para termos mais peso perante os órgãos do poder", justificou à RCM Domingos Santos, acrescentando que " a Frutoeste, que lidera a Federação Nacional de Organizações de Produtores, é, hoje, parceira nas decisões sobre agricultura, em Portugal".

11 de Novembro de 2011

http://www.rcmafra.com/?p=2070

Sem comentários:

Enviar um comentário