08-11-2011
As empresas florestais estão preocupadas com os dados que apontam para uma execução de 89 por cento do Programa de Desenvolvimento Rural, quando em Junho era de 57 por cento, uma rápida evolução para a qual a associação do sector diz não encontrar explicação.
«Ficámos a saber que 89 por cento das verbas do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) já estariam comprometidas. O que não conseguimos entender é como há quatro meses nos era pedido para fazermos um esforço grande junto dos proprietários para que aderissem» ao programa e «passados três meses, durante os quais não houve tempo sequer para fazer os projectos, se vem afirmar que 89 por cento do valor já está comprometido», explicou Pedro Serra Ramos, presidente da Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA).
As medidas florestais «começaram a funcionar em Maio e entre as empresas arranjarem clientes, porem os projectos a funcionar, apresentarem planos de gestão florestal e obterem aprovação, não chegam os três meses para aquela evolução», defendeu Pedro Serra Ramos.
«É isto que ninguém consegue explicar: o que aconteceu ao Proder que de repente deixou de ser um monstro, de um mar de problemas», insistiu. De qualquer modo, «entre os diversos grupos parlamentares» contactados «não havia certeza destes números», admitiu Pedro Serra Ramos.
Segundo o responsável, «alguém avançou que esta evolução estaria associada a compromissos das medidas agro-ambientais». A confirmar-se essa situação, «numa altura em que o país precisa de investimento, como é que se tira dinheiro a um sector florestal que gera 15 por cento de exportações para agro-ambientais que nada produzem e que é uma transmissão de verbas por boas práticas que são seguidas do ponto de vista ambiental pelos agricultores», questionou o representante das empresas do sector.
Para a ANEFA, «a única coisa que o conjunto de medidas agro-ambientais faz é garantir uma sustentabilidade ambiental que, neste momento, é aquilo que teria menos prioridade».
Acerca do cadastro florestal, outra área em análise, Pedro Serra Ramos especificou que foi feita uma tentativa para caminhar para um modelo que "era o óptimo", o do Instituto Geográfico Português.
«Nós já não temos espaço nem dinheiro para continuarmos a trabalhar sem que haja uma base cadastral que seja feita de uma forma muito mais expedita e barata», aproveitando recursos já existentes, como o parcelário, levantamentos feitos para Zonas de Intervenção Florestal ou a cartografia feita para incêndios, salientou.
Segundo os números citados pelo presidente da ANEFA, a programação total do Proder envolve 4.558 milhões de euros e «nos dados oficiais» de 21 de Outubro a taxa de realização era de 54 por cento e a taxa de contratação de 60 por cento.
Em Junho, o Proder tinha 57 por cento comprometido e 33 por cento executado, acrescenta a associação.
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia42398.aspx
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