Espanha diz que ainda é cedo para acusações
28.05.2011 - 11:59 Por PÚBLICO, Lusa
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Ao longo do dia de hoje, as autoridades de saúde alemãs já
actualizaram o número de mortes associadas ao surto infeccioso
provocado pela ingestão de alimentos crus três vezes. Inicialmente com
sete vítimas mortais confirmados, o número subiu depois para oito e
agora estão confirmadas nove. As autoridades de saúde alemãs já
pediram aos cidadãos que redobrassem os cuidados de higiene, já que a
infecção ainda não terá atingido o seu pico.
Alemanha diz que bactéria tem origem em pepinos espanhóis (Daniel Rocha/Público)
A AFP avança que poderão existir mais vítimas mortais mas que ainda
não foram confirmadas pelo Instituto Robert Koch (RKI),
estabelecimento federal responsável pelo controlo sanitário e da luta
contra as doenças, uma vez que ainda não foi provado que a causa das
mortes tenha sido a infecção da bactéria. Cerca de mil pessoas foram
ainda afectadas por gastroenterites agudas.
Das nove vítimas agora confirmadas, apenas uma é do sexo masculino. As
vítimas de hoje são três mulheres, duas octogenárias e uma de 38 anos.
Ao princípio da manhã, o hospital de Kiel, no norte da Alemanha, já
tinha confirmado também a sétima vítima mortal, uma mulher de 38 anos,
que tinha sido internada há alguns dias, em estado crítico, e viria a
sucumbir devido a graves complicações renais, um dos sintomas
provocados pela variante extremamente agressiva da EHEC.
A última vítima mortal do Síndrome Hemolítico Urémico (SUH) - uma
doença potencialmente perigosa que provoca diarreias com sangue – foi
uma mulher de 87 anos, num hospital de Eppendorf (Hamburgo).
Em Hamburgo, foram identificadas cerca de 400 pessoas afectadas, 60
das quais em estado grave. Quase todos os outros foram detectados nos
estados da Baixa-Saxónia, Schleswig-Holstein e Renânia do
Norte-Westfália, segundo o Instituto Robert Koch de Berlim.
Na quinta-feira, o Instituto de Higiene de Hamburgo afirmou que a
bactéria teve origem em pepinos importados de Espanha. As autoridades
alemãs asseguraram que a infecção, provocada por uma variante perigosa
da bactéria Escherichia coli, foi originada por pepinos espanhóis que
terão sido comercializados no mercado central de Hamburgo – importante
centro de distribuição de legumes e frutas.
A responsável local pela área da saúde, Cornelia Prüfer-Storcks, do
partido social-democrata alemão (SPD), garantiu mesmo ao "El País" que
foram encontrados vestígios de contaminação em três pepinos importados
de Espanha, adiantando que "outros produtos poderão estar também
infectados" e que novos estudos deveriam ainda ser realizados.
Mas a ministra da Agricultura espanhola, Rosa Aguilar entende que é
cedo para acusar Espanha e lamentou que as acusações já tivessem
causado "danos irreparáveis" ao sector."Não sabemos onde é que a
contaminação teve lugar e a Comissão Europeia tornou claro que pode
ter ocorrido fora do país de origem", disse Aguilar citada pela AFP.
"Até agora nada foi provado e não foi demonstrado que aconteceu no
país de origem", acrescentou a ministra adiantando que em Espanha, o
nível de "segurança e qualidade é extraordinariamente alto".
Também o porta-voz da da Comissão Europeia para a Saúde e o Consumo,
Fréderic Vincent, declarou que a "contaminação pode produzir-se no
transporte ou na distribuição a lojas na própria Alemanha", cita a
agência espanhola EFE.
A bactéria já foi identificada noutros países. Na Suécia foram
anunciados 25 casos, sete na Dinamarca, três no Reino Unido, dois na
Áustria e um nos Países Baixos e na Suíça.
As autoridades francesas avançaram terem sido descobertos três casos
mas que ainda não foi provada a ligação com este surto infeccioso.
Na quinta-feira, o Ministério da Agricultura português informou que
Portugal não foi indicado pelas autoridades europeias e alemãs como
sendo país de destino dos pepinos espanhóis que poderão estar na
origem do surto infeccioso.
Notícia actualizada às 19h25
http://www.publico.pt/Sociedade/numero-de-vitimas-do-surto-infeccioso-na-alemanha-nao-para-de-subir_1496387
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