quarta-feira, 28 de setembro de 2011

“Assunção Cristas tem sido um produto de comunicação”

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28 de Setembro de 2011 às 00:10:03, por RUI OLIVEIRA MARQUES
Na semana em que se assinalam os 100 dias do governo de Passos Coelho,
o M&P pediu a três consultores para analisarem o desempenho do
executivo ao nível da comunicação. Depois de João Tocha (F5C) e de
Alda Telles (Fonte), é a vez de Rui Calafate (Special One) apresentar
o seu depoimento. O consultor destaca o desempenho de Nuno Crato,
Vítor Gaspar e de Assunção Cristas, enquanto aponta como exemplos
negativos Miguel Macedo "sobretudo desde a chumbada escolha do
Bernardo Bairrão" e de Álvaro Santos Pereira que "tem de melhorar
bastante".

Meios & Publicidade (M&P): Em termos de comunicação, como definiria o
governo de Passos Coelho? Quais as principais diferenças que detecta
face ao executivo de Sócrates?
Rui Calafate (RC): Não tem sido um governo forte em comunicação, mas
também não se esperava que fosse. Pedro Passos Coelho não liga muito a
estas coisas, tem um rumo e segue-o. A comunicação nunca foi sua
prioridade como o seu caminho o demonstra. A principal diferença é que
no tempo de José Sócrates sabíamos quem coordenava a comunicação
claramente, tudo emanava do gabinete do primeiro-ministro, hoje em dia
é mais difuso, também pelas vicissitudes da coligação, mas certo é que
não é do gabinete do primeiro-ministro que se controla os canais
comunicacionais.
M&P: Quais os ministros que estão a ser mais bem sucedidos ao nível da
comunicação?
RC: Julgo que Nuno Crato tem estado bem, Vítor Gaspar tem um estilo
próprio de rigor, porém tem de falar mais ao coração das pessoas, e
como esperava o CDS a trabalhar bem, nomeadamente Assunção Cristas que
tem sido um produto de comunicação.
M&P: E quais os ministros com pior desempenho?
RC: O caso do Miguel Macedo é o mais saliente, sobretudo desde a
chumbada escolha do Bernardo Bairrão. E Álvaro Santos Pereira tem de
melhorar bastante.
M&P: Detecta algum aspecto que poderia ser melhorado na forma como o
primeiro-ministro se relaciona com os jornalistas?
RC: O primeiro-ministro tem uma relação simpática com os jornalistas e
os jornalistas respeitam-no. Agora tem um momento difícil com o caso
da Madeira mas está a passar bem. Tem o seu caminho e manter-se-á fiel
a ele. Pedro Passos Coelho não se deixa condicionar por questões
comunicacionais.
M&P: As sucessivas medidas de austeridade estão a ser comunicadas aos
portugueses da forma mais apropriada? Que conselhos daria nesta área?
RC: A única coisa que aconselharia era a presença da palavra
"esperança" no seu léxico. Os sacrifícios que todos fazemos devem ter
esse azimute. É preciso que os portugueses saibam as dificuldades mas
que tenham um horizonte de esperança.
http://www.meiosepublicidade.pt/2011/09/28/%E2%80%9Cassuncao-cristas-tem-sido-um-produto-de-comunicacao%E2%80%9D/

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