terça-feira, 27 de setembro de 2011

FRUTICULTURA NOS ÚLTIMOS 30 ANOS NA COVA DA BEIRA

A fruticultura na Cova da Beira, praticamente inexistente até à década
de 70, conheceu nos anos 80 o seu maior pico de expansão. De então
para cá, todas as espécies têm decrescido, à excepção da cereja que em
2009 ocupava 1.868 hectares de pomar em toda a Cova da Beira.
Os dados foram apresentados por Fernando Martins, director de
planeamento na direcção regional de agricultura do Centro, convidado
do seminário sobre "Os reflexos produtivos e económicos da
fruticultura na Cova da Beira" organizado pela Associação Distrital de
Agricultores de Castelo Branco.

Segundo aquele responsável "a década de 80 foi o período de maior
expansão e expressão de espécies de frutos frescos na região, a partir
daí tem havido uma diminuição muito significativa de algumas espécies
como a macieira que reduziu para mais de metade a área de pomares, o
mesmo aconteceu com os pessegueiros e as pereiras , a única espécie
que teve um percurso inverso foi a cerejeira que teve um período de
expansão mais tardio".
Este decréscimo na produção de fruta fresc fica a dever-se a vários
factores sendo que o mais grave ainda persiste que é a dificuldade de
acesso à terra "tem a ver com a estrutura da nossa propriedade, a
maior parte dos nossos pomares são de dimensão muito reduzida e face à
abertura dos mercados a um conjunto de novas regras de comercialização
nao tiveram condições para continuar, foi isso que aconteceu e que de
alguma forma se mantém".
A dificuldade de acesso à terra é na opinião daquele responsável o
principal problema, a prová-lo está o facto da Direcção Regional de
Agricultura do Centro ter "recusado" um projecto de uma grande empresa
de distribuição alimentar da Europa que pretendia 4 mil hectares de
terreno na Cova da Beira para a produção de fruta: um montante que
nunca foi possível encontrar "passado um ano conseguimos chegar aos
dois mil hectares".
Apesar de tudo a fruticultura tem um importante peso na economia local
e cresceu nos últimos 30 anos: de 1.727 hectares de pomares em 1979
para 3.945, sendo as cerejeiras em maior número: 1868 hectares,
seguido dos pessegueiros 1.229, macieiras 479 hectares, pereiras 205,
ameixoeiras 86, e citrinos 51 hectares quando há 20 anos esta cultura
ocupava 160 hectares de pomares na Cova da Beira.
Paula Brito
http://rcb-radiocovadabeira.pt/pagina.php?cod=11161

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