FAO pede impulso político para erradicar fome no Corno de África

27-09-2011
O director-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação pediu recursos financeiros «suficientes e previsíveis»
para resolver a crise que atinge o Corno de África.
Jacques Diouf afirma que «sem dúvida é possível vencer a luta contra a
fome naquela e garantir a segurança alimentar para todos os habitantes
da região», no entanto, assinala que «para atingir este objectivo são
necessários recursos financeiros adequados e previsíveis para
assegurar que o conhecimento técnico existente, as estratégias e os
programas elaborados possam contribuir para o mesmo».

O atraso de uma resposta da comunidade internacional perante a seca e
a propagação da fome que afecta 13 milhões de pessoas no Corno de
África foi «adiada» e «insuficiente» até à data, afirmou Diouf, sendo
que apenas se cumpriu com 63 por cento das necessidades de
financiamento das Nações Unidas, correspondente a 2,5 milhões de
dólares no total.
Desta forma, o número de pessoas que sofrem com a fome na região
aumentou 1,7 milhões nos últimos meses, o que levou a declarar a
situação de fome em seis regiões da Somália, com 750 mil pessoas em
condições de alto risco, assinalou o responsável.
No decurso das reuniões celebradas na Sede da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em Roma, nos meses de
Julho e Agosto, os Governos e outras partes interessadas acordaram uma
séria de medidas para reduzir o desastre imediato e implementar meios
de vida com capacidade para superar os obstáculos e diminuir o risco
de futuras calamidades.
Estas intervenções a médio e longo prazo podem vir a ser aplicadas
através do Programa geral para o desenvolvimento da agricultura em
África, preparado com o apoio da FAO e aprovado pela União Africana em
Maputo em 2003, disse Jacques Diouf, destacando ser «indispensável
assegurar um fornecimento previsível de recursos tanto dos governos
nacionais interessados como dos seus associados para o
desenvolvimento, sem o qual o panorama actual permanecerá com uma
regularidade deprimente».
O secretário-geral expressou o seu entusiasmo pela recente reunião de
representantes dos governos do Corno de África, o Banco Africano de
desenvolvimento e o Banco Mundial, celebrada em meados de Setembro, na
qual os bancos acordaram em mobilizar 500 milhões de dólares para o
desenvolvimento a longo prazo.
«A FAO confirmou a sua disposição em apoiar este programa através dos
seus conhecimentos técnicos, sobre gestão de riscos e desastres,
políticas e planificação de investimentos, concluindo Diouf que «é
preciso manter o impulso político para criar um Corno de África livre
da fome».
Fonte: Agrodigital
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia41170.aspx