Inserido em 21-06-2011 17:58
As condições meteorológicas adversas dos últimos meses podem
significar 25 milhões de euros de prejuízo e até a perda de apoios
comunitários, alerta a da Federação de Agricultores do Ribatejo.
Os agricultores ribatejanos querem que o ministério da Agricultura
declare "estado de calamidade pública" para as culturas de vinha e
tomate na região e pedem uma reunião com a ministra para "alertar para
esta situação gravíssima".
As condições meteorológicas dos últimos meses, sobretudo as fortes
chuvadas e o calor intenso, provocaram "estragos irreparáveis" em
muitos hectares cultivados, comunicou hoje Amândio Freitas, presidente
da Federação de Agricultores do Ribatejo, em conferência de imprensa.
Segundo a estimativa inicial recolhida pela FAR, o número ascende a 25
milhões de euros de prejuízo na cultura de tomate, afectando as cerca
de seis mil pessoas empregadas no sector. Amândio Freitas expressou
também o seu receio de que os apoios comunitários à produção estejam
em causa, visto que está em causa o cumprimento da quota anual de
produção, de 60 toneladas de tomate por hectare, exigida pela Comissão
Europeia (CE).
Como referiu Freitas à agência Lusa, muitos produtores ficaram
impedidos de plantar tomate, deixando os terrenos em baldio, e aqueles
que já tinham plantado viram as suas culturas inundadas pela água das
chuvadas que assolaram a região. Nalguns casos os produtores tiveram
que voltar a preparar a terra para nova plantação, aumentando os
custos de produção.
Estima-se 60% de perda na produção de uva
No sector da vinha as contas da FAR apontam para a perda de cerca de
60% da produção deste ano. Há inclusivamente casos de produtores que
nem vão chegar à vindima. "Esta quebra vai afectar muito as adegas
cooperativas, que têm custos fixos calculados de acordo com uma
expectativa que não se vai cumprir", sublinhou Amândio Freitas.
Comparando, no caso da Adega Cooperativa de Almeirim as previsões
apontam para que sejam transformados cerca de nove milhões de quilos
de uva, menos de metade dos 20 milhões processados em 2010. "Alguns
produtores privados de vinho estão já recorrer a produto importado
para compensarem as perdas deste ano", referiu Amândio Freitas,
sublinhando que "esta importação é uma concorrência desleal para as
adegas da região".
O presidente da Federação de Agricultores do Ribatejo concluiu que a
reunião urgente que pretende marcar já amanhã, quarta-feira, pretende
"sensibilizar para a necessidade de apoios nacionais e europeus".
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1128&did=161392
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