FAO: Um brasileiro e um espanhol à frente na corrida para a liderança da organização

ELEIÇÕES/FAO
por LusaHoje
O brasileiro José Graziano da Silva e o espanhol Miguel Angel
Moratinos são considerados os dois principais candidatos à liderança
da direção da Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO) que será eleita no próximo domingo, em Roma.
José Graziano da Silva foi o coordenador do programa de combate à fome
do governo Lula, o "Fome Zero", e Miguel Angel Moratinos, foi, entre
outras coisas, ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol entre 2004
e 2010.

Outros países a apresentarem candidaturas isoladas foram: Áustria, com
Franz Fischeler; Indonésia, com Indoyono Soesilo; Irão, com Mohammad
Saeid Noori Naeini; e Iraque, com Abdul Latif Rashid.
Fischeler tem como principal ponto a seu favor a experiência como
Comissário da União Europeia para Agricultura, Desenvolvimento Rural e
Pesca, cargo que ocupou entre 1995 e 2004.
A presença de outro europeu na disputa é vista, porém, como incómoda
para o ex-ministro espanhol. E alguns meios chegaram a especular que
os dois países estariam a negociar uma candidatura conjunta, mas a
informação não se concretizou.
Indoyono Soesilo é ministro da pasta do Bem-estar Social da Indonésia
e, além das promessas de mexer na estrutura do órgão, defende uma
plataforma que inclua parcerias estratégicas na área da tecnologia,
que permitam reduzir as adversidades climáticas que afetam o sector.
Já o iraniano Mohammad Naeini é formado em Agricultura e foi
vice-reitor da universidade Nacional do Irão, além de chefe do
Departamento de Pesquisa do Instituto de Planeamento do país, que
funciona em parceria com as Nações Unidas.
N seu discurso perante as delegações dos membros da FAO, Naeini
defendeu a sua candidatura apresentando-se como um homem que conhece
bem a situação de pobreza e fome por ter vivido seus primeiros anos
num pequeno povoado do Irão, onde estes problemas são uma realidade
ainda hoje.
Na ocasião, defendeu a criação de mecanismos para conter a flutuação
dos preços internacionais dos alimentos.
O iraquiano Abdul Latif Rashid ocupou os ministérios de Fontes de Água
e Irrigação no seu país, além de ter atuado como porta-voz da União
Patriótica do Curdistão (PUK) no Reino Unido.
No seu discurso oficial, Rashid também referiu o efeito negativo
provocado pelas mudanças climáticas nas plantações e a urgência de se
tentar controlar esse impacto, especialmente entre os pequenos
agricultores.
Embora os representantes de países em desenvolvimento sejam os mais
persistentes neste ponto, a necessidade de reformas na instituição é
um ponto consensual entre os seis candidatos que mencionaram, sem
exceção, a prioridade do tema.
A eleição decorre na sede da FAO, em Roma e os 191 países membros das
Nações Unidas têm o direito de exercer o voto, que é secreto.
O vencedor ocupará o mais alto cargo da organização durante quatro
anos, mandato que inicia no dia 1 de Janeiro do próximo ano e vai até
31 de Julho de 2015.
O novo representante substituirá Jacques Diouf, do Senegal, que está
interino desde 1994.
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1887495&page=-1