segunda-feira, 20 de junho de 2011

Função Pública: Ministro cessante da Agricultura considerou greve de inspetores sanitários "lamentável" e"inoportuna"

Porto, 20 jun (Lusa) -- O ministro cessante da Agricultura, António
Serrano, considerou hoje "lamentável" e "inoportuna" a greve dos
inspetores sanitários, que se prolonga até quarta-feira, realçando "o
prejuízo para a economia nacional, que depende de aumentar as
exportações".

Em declarações aos jornalistas, à margem do 34.º Congresso Mundial da
Vinha e do Vinho (OIV), no Porto, o ministro cessante da Agricultura,
Desenvolvimento Rural e Pescas afirmou que "a greve teve pouca
expressão: dos 229 inspetores houve 51 que fizeram greve", lamentando
que os sindicatos tenham avançado com o protesto no atual contexto.
"Apelámos a que a greve não fosse por diante, porque foi colocada num
momento impossível de tomar decisões, porque o Governo estava
demissionário e com um processo eleitoral em curso. Fiz tudo para
ajudar, mas não foi possível porque é preciso que o acordo seja
validado pelo ministério das Finanças", declarou António Serrano, no
último ato público enquanto ministro.
Os inspetores sanitários do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento
Rural e Pescas, que têm a seu cargo a fiscalização das condições
higiénicas e sanitárias do abate de aves, ovinos, caprinos, coelhos,
porcos e vacas, bem como das condições sanitárias do pescado, marcaram
para hoje uma greve que se prolongará até quarta-feira (dia 22 de
junho), invocando falta de condições de trabalho.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado
(STE), Bettencourt Picanço, o Ministério da Agricultura "nada fez
perante a greve dos inspetores sanitários".
O dirigente sindical referiu também à Lusa que o ministério "continuou
a dar ordens" para a deslocação dos inspetores, mas "não disponibiliza
transportes" para as deslocações, as quais se realizam a horas em que
"não há transportes públicos", além de "não pagar as despesas" aos
inspetores.
Segundo António Serrano, "a realização da greve foi inoportuna, porque
é extemporânea no momento em que se cria um novo Governo",
acrescentando que "o assunto estava muito bem encaminhado".
Aos jornalistas, o cabeça de lista do PS pelo círculo de Santarém
disse que "o sindicato não teve paciência e avançou para a greve que
só penaliza a economia nacional".
"É lamentável o prejuízo para a economia nacional, uma economia que
depende de aumentar as exportações e diminuir as importações. Um
matadouro que não funciona, não mata carne nacional, o que levará à
importação de carne", acrescentou.
Os números do ministério apontam para uma taxa de adesão de 22 por
cento à greve (51 inspetores sanitários), num total de 229
funcionários.
O sindicato destaca que na área de Lisboa e vale do Tejo a greve
atingiu os 85 por cento, dado que, em 31 matadouros, 27 estão
fechados, quando em Coimbra ascendeu a 60 por cento, em Leiria e na
Guarda é de 100 por cento e no Alentejo elevou-se a 50 por cento.
No total, os inspetores sanitários ascendem a 400 funcionários no
Ministério da Agricultura, segundo o sindicato.
JNM/JS
Lusa/Fim
http://sicnoticias.sapo.pt/Lusa/2011/06/20/funcao-publica-ministro-cessante-da-agricultura-considerou-greve-de-inspetores-sanitarios-lamentavel-einoportuna

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