quarta-feira, 22 de junho de 2011

DO SETOR AGRÍCOLA Açores podem sofrer quebra até 3,5% nos rendimentos

Publicado na Quarta-Feira, dia 22 de Junho de 2011, em Actualidade
Os Açores poderão sofrer uma quebra de 2,5 por cento a 3,5 por cento
nos rendimentos do sector agrícola com a entrada em vigor do acordo de
liberalização do comércio que está a ser negociado entre a UE e o
MERCOSUL.
Esta consequência consta dos dados provisórios do estudo que hoje foi
apresentado na Comissão do Comércio Internacional do Parlamento
Europeu e confirma o impacto negativo para a agricultura açoriana do
acordo com o MERCOSUL.

"Os estudos ontem apresentados indicam que, em qualquer dos cenários,
a agricultura (europeia) fica sempre a perder", confirmou a
eurodeputada açoriana do PSD, Maria do Céu Patrão Neves, em
declarações à Lusa.
Com base nestes estudos, que já conhecia há algumas semanas, a
eurodeputada alertou no início de Junho para as consequências
negativas do acordo com o MERCOSUL ao nível da agricultura, destacando
o impacto que terá nos Açores por ser uma região vulnerável e ter um
dos produtos mais sensíveis, a carne de bovino.
"As regiões que mais perdem são as que mais produzem carne e frutas e
vegetais", frisou Maria do Céu Patrão Neves.
Ao contrário do sector agrícola, a indústria e os serviços na União
Europeia serão beneficiados com o acordo com o MERCOSUL, estimando os
responsáveis europeus que estes ganhos possam compensar as perdas na
agricultura.
Os dados disponíveis, ainda não definitivos, indicam que a
liberalização do comércio com o MERCOSUL poderá significar um aumento
de rendimentos na União Europeia entre 14 e 20 mil milhões de euros.
As negociações para a liberalização do comércio entre o MERCOSUL e a
UE começaram em 1999 e foram suspensas em 2004 devido a um impasse,
mas foram retomadas em Maio de 2010 e estão a desenvolver-se a um
ritmo muito acelerado.
No início de Junho, Maria do Céu Patrão Neves disse à Lusa que, "se a
ronda do Paraguai, em Abril, não tivesse corrido mal, estava previsto
que o acordo ficasse concluído em Outubro, para ser assinado em
Janeiro, quando o Brasil assume a presidência do MERCOSUL".
Face à rapidez do processo negocial, a eurodeputada defendeu a
necessidade de uma "acção concertada" de Portugal junto das
instituições europeias para aproveitar o atraso provocado pelo
fracasso da ronda do Paraguai.
"É preciso delinear uma estratégia e distribuir tarefas para que, de
forma concertada, se actue como um verdadeiro lóbi já que somos dos
poucos países que não possui lóbi institucionalizado em Bruxelas",
afirmou.
http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=24316

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