segunda-feira, 20 de junho de 2011

Negócio: Produção vale mais de oito milhões de euros

Estrangeiro é a aposta do azeite
Uma produção anual de 4,5 milhões de quilos de azeite, dos quais 25%
são exportados, em especial para o Brasil, França e Espanha, é
reveladora da importância do negócio em Mirandela. A fileira do azeite
no concelho transmontano representa mais de oito milhões de euros e dá
emprego a mais de duas mil pessoas, entre postos de trabalho directos,
indirectos e sazonais.
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Por:Ana Sofia Coelho


Muito do azeite que se produz em Trás--os-Montes é DOP (Denominação de
Origem Protegida). Na região, produziram-se 17 milhões de quilos de
azeite, o que representa 30 milhões de euros: um quarto da produção
destina-se aos mercados estrangeiros.
O que torna o azeite de Mirandela único é o facto de beneficiar de
determinado tipo de clima, solo e oliveiras. António Pavão é produtor
de azeite DOP em Mirandela e um dos três proprietários da sociedade
familiar Casa de Santo Amaro. "Estamos a começar na
internacionalização. Demos passos na qualidade, como a antecipação na
campanha, e formação para a nova geração. A antecipação da campanha e
a extracção do azeite a 36 graus faz com que tenha rendimentos a
quilo. Mas o mercado português não absorve o DOP. Estão habituados a
um azeite médio", explica.
António vende para França e já tem contactos em Moçambique, Brasil e
EUA. "Ou vamos para lá com um produto de elevadíssima qualidade ou já
estão cheios de gama média", diz. Por ano produz cerca de 25 toneladas
de azeitonas, no seu olival de 140 hectares. No espaço de quatro anos,
espera que esse número aumente para 50 toneladas. Também tem 135 mil
plantas de oliveirinhas para vender, tudo variedades regionais.
CONHECER A ROTA DO AZEITE NA REGIÃO
Conhecer o ciclo de produção do azeite DOP de Trás-os-Montes, desde
que é feito nos lagares até que é servido nos restaurantes, é agora
uma realidade. O projecto Rota do Azeite surgiu para promover o
turismo, o património e a gastronomia da região. "É um projecto que
abrange 15 concelhos em quatro distritos – Guarda, Vila Real, Bragança
e Viseu. Conta com 70 aderentes, distribuídos por operadores
turísticos [lagareiros, cooperativas de olivicultores], turismo e
espaço rural, cooperativas vinícolas e restauração. Neste último caso,
implica implementar o azeite em cima da mesa para o substituirmos às
margarinas. O nosso azeite tem muita qualidade e o escoamento é
total", explicou ao Correio da Manhã Jorge Morais, presidente da Rota
do Azeite de Trás-os-Montes.
DISCURSO DIRECTO
"PREÇO AINDA É INFERIOR À QUALIDADE": António Branco, Pres. Ass.
Olivicultores Trás-os-Montes
Correio da Manhã – Sentem uma grande diferença de custos de produção e
de comercialização?
António Branco – O custo de mão-de-obra é acima do preço a que é
comercializado o azeite. O que sustenta o negócio são os subsídios
dados aos produtores.
– Mesmo nessas condições, compensa?
– É uma fileira muito importante. Vale mais de oito milhões de euros
em Mirandela e mais de trinta milhões em toda a região. Há muitos a
depender deste negócio, mas o preço ainda é inferior à qualidade.
– Qual seria a alternativa?
– Se aumentar um euro por cada garrafa, são 700 mil euros. Há é um
problema nacional de regulação da capacidade produtiva.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/actualidade/estrangeiro-e-a-aposta-do-azeite

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