18 de Junho, 2011
A Associação Nacional de Produtores de Leite e de Carne reclamou hoje
da próxima ministra da agricultura medidas «capazes de garantir a
soberania alimentar do país, diminuindo as importações e apostando no
aumento da produção».
A associação escolheu o topo da avenida da liberdade, onde decorre a
iniciativa 'Mega PIC NIC - O Campo Faz Festa na Cidade' promovida por
uma grande superfície, para realizar uma conferência de imprensa e
ainda um acção de sensibilização dos consumidores para optarem por
produtos portugueses.
José Lobato, presidente da associação, classificou de «falsa e
enganosa» a iniciativa realizada pela grande superfície Continente,
justificando que no 1.º trimestre de 2011 as importações de leite
(vindas das Alemanha, França, Polónia e Espanha) para as marcas
próprias atingiram mais de 41 mil toneladas no valor de 30.266.336
euros.
Para José Lobato, esta situação «é mais grave pelo facto de Portugal
ser um país auto-suficiente em matéria de produtos lácteos».
«Queremos desmistificar esta campanha em curso por dois grupos
económicos de grande distribuição porque grande parte dos produtos
vendidos são importados», disse.
As acusações foram refutadas pela presidente do clube de produtores de
leite Sonae, Eunice Silva, que garantiu à Lusa que 85 por cento do
leite comercializado no Continente é de produtores nacionais.
«O que posso garantir é que 85 por cento das nossas compras de leite
são feitas à produção nacional e o Continente tem como compromisso com
os clientes entregar o máximo de preço possível», disse.
No que se refere à carne, adiantou José Lobato, as importações em 2009
de carne de bovino rondam os 372 milhões de euros, a de ovino e
caprino cerca de 34 milhões, a de suíno cerca de 370 milhões e as de
aves 77 milhões.
Além da conferencia de imprensa, a Associação Nacional de Produtores
de Leite e de Carne (APLC) tinha programada uma oferta de mil litros
de leite para protestar contra a venda de leite importado nas grandes
superfícies.
Contudo, esta acção terminou pouco depois de se ter iniciado por ordem
do Governo Civil da capital que não autorizou a iniciativa.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=22026
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